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Com 7 meses de gravidez, Morgan treina no campo e impressiona com chutes

Renata Mendonça

04/02/2020 11h33

(Foto: Reprodução/USWNT)

A atacante da seleção americana de futebol, Alex Morgan, está grávida de sete meses, mas não deixou completamente os gramados. Afastada do seu time, o Orlando Pride, e da própria equipe nacional desde que anunciou a gravidez no ano passado, Morgan segue fazendo treinamentos à parte – e seus chutes já viralizaram nas redes sociais.

Um vídeo publicado pela equipe de treinadores de fundamentos que estão acompanhando Alex Morgan nessa fase viralizou. Nele, a jogadora troca passes com os dois pés, depois vira e chuta para o gol à meia distância. E é cada bomba que a atacante americana dispara para as redes que, se não fosse a barriga denunciar, não daria para imaginar que ela está fazendo tudo isso grávida de sete meses.

A própria Morgan compartilhou o vídeo no Twitter dizendo "Apesar dos meus (emoticon de vergonha) passes, estar com 7 meses de gravidez não me deixou tão para trás assim".

 

A jogadora bicampeã mundial pelos Estados Unidos (e vice-artilheira na última Copa do Mundo) anunciou a gravidez em outubro do ano passado e a previsão é que a menina nasça em abril de 2020. A seleção americana disputa vaga olímpica nesse início de ano e deve confirmar a classificação. Morgan, por sua vez, não descarta a possibilidade de jogar em Tóquio caso isso aconteça.

"Depois de ter uma bebê saudável, eu quero voltar à seleção e espero poder jogar em Tóquio", afirmou ela em entrevista ao USA Today no fim de 2019.

A jogadora ainda ressalta que quer seguir na carreira jogando em alto nível após o nascimento da filha. "Há muitas mulheres que conseguiram voltar para seus respectivos esportes depois da gravidez e continuam com a família jogando o esporte que elas tanto amam no mais alto nível. Eu planejo seguir esse caminho e ser uma daquelas mulheres que está com a família, que carrega sua filha por onde for jogar. E quero continuar a curtir o esporte que eu sempre joguei ao longo de toda a minha vida".

Os Jogos Olímpicos começarão na segunda dezena de julho – a abertura oficial é dia 24, mas o futebol começa dois dias antes -, o que significa que Morgan teria que estar de volta aos gramados aproximadamente dois ou três meses após o nascimento da filha. Isso não seria inédito. Sua companheira de clube, Sydney Leroux, voltou a atuar pelo Orlando Pride exatamente dois meses após ter tido seu segundo filho. Ela se recuperou nos treinamentos e estava em campo num jogo oficial exatos três meses após o parto. Agora, ela leva seu bebê nas viagens do time e até amamenta no intervalo do jogo.

No ano passado, o Mundial de Atletismo também marcou o retorno de mães que tinham tido seus filhos recentemente e chegaram ao pódio na competição, mostrando que a gravidez não precisa ser um ponto final na carreira das atletas.

No Brasil, há apenas uma mãe na seleção brasileira, e ela teve uma história difícil para conseguir voltar ao futebol. A lateral esquerda Tamires teve seu filho Bernardo em 2010 e chegou a se afastar dos gramados duas vezes – na gravidez, e depois do nascimento dele – achando que nunca mais voltaria ao futebol. Mas ela conseguiu a volta por cima, foi para a seleção e hoje vive seu auge na carreira vestindo a camisa do Corinthians e colecionando atuações em altíssimo nível.

Do jeito que mostra determinação – e muita habilidade e força, mesmo durante a gravidez -, não dá pra duvidar nem mesmo que Alex Morgan estará em campo brilhando na Olimpíada de Tóquio.

 

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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