Quem são as indicadas ao prêmio da Fifa e por que Rapinoe deve ganhar
A Fifa divulgou a lista das 12 indicadas ao prêmio de melhor do mundo deste ano e, somente pela terceira vez desde que o prêmio existe para as mulheres, Marta não apareceu entre os nomes. Mas não faltam craques entre as jogadoras candidatas à premiação. Listamos aqui quem são elas – normalmente, seriam 10, mas como algumas jogadoras terminaram empatadas no número de votos entre as atletas, a Fifa incluiu mais dois nomes, cumprindo o regulamento do prêmio.
1- Lucy Bronze
Não é muito comum ver jogadoras que atuam na defesa aparecerem nessas listas de melhor do mundo da Fifa. Mas a lateral direita Lucy Bronze é diferenciada. Aos 27 anos, ela fez uma Copa do Mundo impecável pela Inglaterra, fazendo um gol (um dos mais bonitos do Mundial) e dando duas assistências nos sete jogos disputados por sua seleção. Ela é peça-chave do time inglês, tanto por sua capacidade defensiva, quanto por sua importância ofensiva no apoio ao ataque. A jogadora, que é filha de pai português e quase foi jogar na seleção de Portugal por não receber chances na Inglaterra, fez também uma ótima temporada no Lyon, conquistando a tríplice coroa (Champions League, Campeonato Francês e Copa da França). Ela já havia sido indicada na lista das 10 melhores do mundo da Fifa nos últimos dois anos, ficando em nono e sexto lugare, respectivamente, e tem tudo para terminar mais perto do topo desta vez – quem sabe até entre as 3 finalistas.
2- Julie Ertz
Uma volante que também sai para o ataque e eventualmente até faz gols. Julie Ertz deixou um dela nesta Copa pelos Estados Unidos e é parte crucial do esquema montado pela técnica Jill Ellis para conquistar o bicampeonato mundial na França. Aliás, foi a treinadora a responsável por mudar a posição de Ertz nos últimos anos – antes ela atuava mais como zagueira central, e atualmente joga no meio-campo, ainda que um pouco mais recuada para proteger o sistema defensivo. Ela defende o Chicago Red Stars desde 2014 e esteve na lista das melhores jogadoras da liga americana (NWSL) nos últimos dois anos.
3- Caroline Graham Hansen
Sem Ada Hegerberg na Copa do Mundo deste ano, foi ela a grande estrela do ataque norueguês. Aos 24 anos, Graham Hansen é conhecida por ser muito forte e técnica em campo, com uma visão de jogo que faz a diferença para seu time. Ela vestiu a camisa da seleção norueguesa pela primeira vez com 15 anos e, em 2013, foi um dos destaques do time que chegou à final da Eurocopa – Graham Hansen atuava pela ponta direita e Hegerberg vinha como centroavante. Jogou cinco anos no Wolfsburg e na última temporada foi contratada pelo Barcelona – e jogou as últimas três finais de Champions, perdendo todas para o Lyon.
4- Ada Hegerberg
Ela não foi para a Copa do Mundo – depois da Euro de 2017, disse que não jogaria mais pela Noruega reivindicando igualdade de oportunidades para as mulheres -, mas teve outra temporada brilhante pelo Lyon. Fez um hat trick na final da Champions League e foi de novo protagonista da equipe francesa na conquista do sexto título na competição. Em 2018, ela chegou a ser a maior artilheira de uma edição de Champions, com 15 gols, e ganhou a primeira Bola de Ouro feminina da história, na premiação da revista France Football. Aos 24 anos, ela já tem mais de 250 gols na carreira e terminou a temporada 2018-2019 com 29 gols em 33 jogos.
5- Amandine Henry
Carrasca da eliminação brasileira nas oitavas-de-final da Copa do Mundo, Henry é uma jogadora diferenciada. Ela atua como volante, mas participa muito da armação do time no ataque – e, inclusive, fez um dos gols mais bonitos desse Mundial, num chute lindo no ângulo na abertura contra a Coreia do Sul. Em 2015, ganhou a bola de prata na Copa, como a segunda melhor jogadora do torneio, e nesta edição terminou o torneio com dois gols e uma assistência em cinco jogos. Capitã da seleção francesa, Henry é o cérebro do time e também teve uma temporada incrível no Lyon. Não seria injusto vê-la como finalista do prêmio da Fifa.
6- Sam Kerr
A australiana fez cinco gols na Copa do Mundo, mas não foi decisiva e falhou na cobrança de pênalti que eliminou sua seleção nas oitavas de final para a Noruega. No entanto, na NWSL, atuando pelo Red Stars em 2018, ela fez uma temporada boa, com 16 gols e 4 assistências. Aos 25 anos, é a maior artilheira da história da liga americana de futebol e merece estar na lista da Fifa pelo talento que tem.
7- Rose Lavelle
A jovem craque americana foi "revelada ao mundo" nesta Copa. Sua temporada em 2018 não foi das melhores no seu clube, o Spirit, porque ela sofreu com uma lesão e atuou em apenas 11 jogos. Mas no Mundial, a meio-campista foi uma das protagonistas da seleção americana – e, inclusive, fez um golaço na final contra a Holanda e outros dois nos seis jogos que disputou. Aos 24 anos, é uma das promessas dos Estados Unidos para liderar a seleção no futuro.
8- Vivianne Miedema
Os números de Miedema não deixam mentir que essa é uma das maiores craques que a Holanda já viu. Nesta Copa, ela simplesmente se tornou a maior artilheira da história do país entre homens e mulheres com 60 gols marcados com a camisa da seleção – sendo que ela tem apenas 22 anos. Jogadora do Arsenal, ela também terminou a temporada como artilheira do Campeonato Inglês com 22 gols. Destaque da equipe que chegou ao vice-campeonato mundial perdendo a final para os Estados Unidos, é bem possível que Miedema apareça entre as três finalistas.
9- Alex Morgan
Artilheira da Copa do Mundo ao lado de Megan Rapinoe e Ellen White, Morgan finalmente conseguiu brilhar no Mundial. Se em 2015 ela ficou fora da maioria dos jogos por conta de uma lesão, desta vez a camisa 13 foi uma das protagonistas do time bicampeão. Seu gol mais icônico foi com certeza o da semifinal contra a Inglaterra, em que ela comemorou fazendo o gesto de uma xícara de chá. Os outros cinco foram marcados na goleada histórica sobre a Tailândia, em que ela igualou o recorde de Michelle Akers como a jogadora a marcar mais vezes em um mesmo jogo numa Copa. Jogadora do Orlando Pride, terminou 2018 com cinco gols e duas assistências pelo clube. Pelo protagonismo no bicampeonato americano, não seria surpresa vê-la entre as finalistas.
10- Megan Rapinoe
A chuteira de ouro e a bola de ouro da Copa do Mundo terminaram com ela, além de, é claro, o próprio troféu do torneio, erguido pela capitã na celebração do quarto título mundial dos Estados Unidos. Megan Rapinoe foi o nome desta Copa, decisiva dentro de campo e porta-voz da igualdade fora dele. Sua representatividade e liderança no futebol feminino trouxeram todos os holofotes para ela na França. Questionada até mesmo pelo presidente americano, Donald Trump, que desdenhou da fala da atacante ("eu não vou à m**** da Casa Branca") dizendo que ela precisaria ganhar a Copa antes de falar isso, sua resposta foi na bola.
Reafirmou a frase diante de um auditório lotado de jornalistas e, no dia seguinte, fez os dois gols que classificaram os Estados Unidos nas quartas diante da dona da casa. Dos seis gols que marcou no Mundial, cinco foram no mata-mata (dois contra Espanha, dois contra a França, um contra Holanda na final). Com esse nível de atuação e pela importância que tem na luta das americanas por igualdade – ela liderou as jogadoras em um processo na Justiça contra a US Soccer pedindo igualdade de condição e de pagamento com a seleção masculina), não há quem mereça esse prêmio mais do que Rapinoe.
11- Wendie Renard
A gigante zagueira francesa esteve na lista da Fifa nos últimos dois anos e é sem dúvidas a melhor zagueira do mundo atualmente. A líder do sistema defensivo do Lyon e da França, e essencial também fazendo gols de cabeça, Renard merece estar entre as 12, mas não entre as finalistas. Sua Copa do Mundo não foi das melhores – ela até começou bem, com um belo gol contra a Coreia do Sul, mas chegou a fazer um contra no jogo contra a Noruega, e diante do Brasil fez uma falta criminosa em cima de Debinha, que poderia ter custado até sua expulsão.
12- Ellen White
Destaque absoluto da campanha da seleção inglesa na Copa do Mundo, White compartilhou a artilharia com Morgan e Rapinoe e mostrou toda a sua habilidade neste Mundial. Uma atacante completa, que tem técnica e muita inteligência em campo, ela viveu seu auge nesta temporada, aos 30 anos de idade. A craque inglesa começou jogando com os meninos aos 5 anos de idade e aos 10 quase desistiu do futebol por ter sido impedida de jogar um campeonato com a equipe masculina onde treinava. Ainda bem que persistiu, porque hoje é um dos maiores nomes do futebol inglês e chamou a responsabilidade na seleção neste Mundial, depois de ter assinado com o Manchester City para a próxima temporada. Por tudo isso, seria justo vê-la entre as finalistas.
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