Torcida enche estádio na liga feminina dos EUA e grita por igualdade
O Portland Thorns é um dos principais candidatos ao título da NWSL, a liga americana de futebol feminino, e teve uma recepção memorável para suas atletas que representaram a seleção na conquista da Copa do Mundo feminina na França. No retorno delas para "casa", na partida contra o Houston Dash no Providence Park, a torcida lotou o estádio e gritou muito para apoiar as mulheres em campo.
Chamou a atenção inclusive, no momento em que as quatro representantes do Thorns que estiveram na França receberam sua homenagem, um canto muito forte vindo da arquibancada: "Equal Pay, Equal Pay". Assim como aconteceu na final da Copa do Mundo, quando foi possível ouvir no estádio em Lyon o grito por igualdade quando o presidente da Fifa, Gian Infantino, adentrou o campo, desta vez o pedido ecoou também nos Estados Unidos.
Foi o maior público da história do Thorns, com 22.329 torcedores presentes num estádio que tem capacidade para 25 mil pessoas. Esse é o segundo maior público da história da própria NWSL. As jogadoras que voltaram para casa com a quarta estrela para os Estados Unidos na Copa, Tobin Heath, Lindsay Horan, Emily Sonnett e Adrianna Franch, receberam homenagem e ouviram os gritos da multidão em apoio à reivindicação das jogadoras, que processam a Confederação Americana de Futebol (US Soccer) por não receberam condições de trabalho e recursos financeiros iguais aos homens da seleção americana.
"Normalmente prefiro falar com meus pés, mas eles me pediram para tentar dizer algumas palavras. Queremos agradecer de coração todo o carinho e apoio de vocês. Aqui nós celebramos o futebol toda semana por conta de vocês. É uma honra e um privilégio pra nós podermos fazer parte desse clube", afirmou Tobin Heath, meio-campista da equipe.
Em campo, as jogadoras corresponderam à energia da arquibancada e fizeram um jogaço com direito a goleada em cima do Houston Dash. A partida terminou em 5 a 0 para as donas da casa.
Mas o mais importante desse retorno foi ver que a voz das jogadoras está também ecoando para além do campo. A luta por "pagamentos iguais" às mulheres da seleção americana de futebol tem ganhado cada vez mais apoiadores e o grito do estádio em Portland comprovou isso. Ainda mais no contexto dos Estados Unidos, em que a seleção feminina consegue render mais lucros para a US Soccer do que a masculina – além de ser muito mais vencedora -, não há mais nenhum argumento que sustente os pagamentos diferenciados e inferiores a elas.
O tetracampeonato na França fortaleceu ainda mais as americanas nessa reivindicação. E agora, com os estádios enchendo também para a liga local e com os torcedores apoiando essa causa, vai ficar difícil para a US Soccer não ceder.
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