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Na Copa, seleção terá camisa exclusiva pela 1ª vez e ganha homenagens em SP

Roberta Nina

09/03/2019 22h15

(Foto: Laura Zago/CBF)

É ano de Copa do Mundo de Futebol Feminino e, por isso é inevitável que o interesse pela modalidade aumente. De 07 de junho a 07 de julho, na França, a bola vai rolar para as mulheres e há menos de três meses para o início do Mundial, a história de luta da modalidade começa a ser cada vez mais divulgada.

Pela primeira vez, a seleção feminina terá uma linha de uniforme produzida exclusivamente para ela e comercializada para os torcedores que quiserem vestir as camisas de Marta, Cristiane e Formiga. E para celebrar ainda mais esse ano importante, alguns eventos marcam o calendário do país em homenagem ao futebol feminino.

Uma delas já está acontecendo na Avenida Paulista, em São Paulo. Pensando em levar a história das mulheres no futebol para um grande número de pessoas, a iniciativa do Museu do Futebol em parceria com a Nike, traz a história da seleção feminina estampada na principal via da maior capital da América Latina. Até o dia 11 de março, quem estiver passando pela Avenida Paulista, poderá conferir a primeira exposição a céu aberto sobre o esporte em diversos pontos.

Exposição na Avenida Paulista ( Divulgação/Nike)

Os relógios digitais da Avenida destacam algumas das jogadoras que vestem atualmente a camisa da seleção brasileira, como Andressinha, Adriana, Andressa Alves e Bia Zaneratto.

A exposição exibe um manifesto dedicado "Às loucas" que encaram o desafio de entrar no mundo do futebol, ainda tão dominado pelos homens. São oito instalações espalhadas pelos pontos de ônibus da avenida – começando na Consolação e seguindo até o Paraíso – narrando em ordem cronológica, diversos acontecimentos.

Divulgação/Nike

A história de Léa Campos, a primeira mulher no mundo que ousou apitar uma partida de futebol está ali, exposta na principal avenida de São Paulo, assim como também estão detalhes do primeiro time oficial 100% feminino; o primeiro campeonato Mundial em 1991, na China; a conquista do Tetra Campeonato Sul-Americano; a consolidação da Seleção Brasileira nos anos 2000; o hepta Sul-Americano, até chegar aos dias de hoje.

(Divulgação/Nike)

Além desse evento temporário, o Museu do Futebol também prepara uma exposição sobre a história do futebol feminino e irá ressaltar as lutas das jogadoras e conquistas da modalidade – a inauguração será no fim de maio, bem próximo do início do Mundial. A ideia é ter a exposição ativa até setembro.

Juntamente com isso, o Museu também planeja ativar programações especiais no espaço aberto da Praça Charles Miller com a temática do futebol, como troca de figurinhas, feira de produtos sobre futebol, encontros literários e etc. Em breve, o Museu do Futebol irá divulgar a programação oficial.

E, para dar início aos trabalhos na casa do futebol em São Paulo, nós do dibradoras organizamos pelo segundo ano consecutivo o evento "As Conquistas Delas", em parceria com o mesmo museu. No dia 19 de março (terça-feira) iremos mediar um bate-papo sobre a história de resistência do futebol feminino no Brasil com participações de Cristiane Rozeira (atacante da seleção brasileira), Roseli de Belo (ex-jogadora que fez parte da formação da primeira seleção brasileira), além de Renê Simões, o treinador que conduziu a equipe feminina à medalha inédita de prata nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas.

Com o objetivo de marcar o mês da mulher de forma positiva, o evento também tem como missão inspirar outras meninas e mulheres que queiram acompanhar e se inserir de alguma forma no esporte em um mês tão simbólico.

Camisa da seleção feminina

Depois de anos de invisibilidade, finalmente as mulheres terão seus uniformes à venda para quem quiser vestir a camisa da seleção feminina.

A Nike, patrocinadora esportiva das seleções do Brasil – masculina e feminina – finalmente colocará à venda as camisas de Marta, Cristiane, Formiga e companhia. O modelo especial lançado para a Copa do Mundo será anunciado em um evento no dia 14 de março (quinta-feira), em São Paulo.

Pela internet, o site Todo Sobre Camisetas "vazou" algumas imagens do possível modelo da camisa número 2 da seleção feminina. Um detalhe chama atenção na parte de dentro da camisa, perto da nuca, onde está escrito "Mulheres Guerreiras do Brasil".

(Foto: Divulgação/Todo Sobre Camisetas)

Em 2015, a Nike até chegou a fazer uma camisa (linda, por sinal) exclusiva para a seleção feminina disputar a Copa do Mundo no Canadá. Um design azul que acabou muito cobiçado pelas torcedoras nas redes sociais. No entanto, a camisa não foi colocada à venda. À época, a Nike afirmou que não havia demanda para a comercialização da camisa e por isso ela não foi para o mercado.

Transmissão em TV aberta

Como adiantamos em primeira-mão em dezembro de 2018, pela primeira vez na história da competição (que começou em 1991), a TV Globo irá transmitir ao vivo todos os jogos da seleção feminina em um Mundial.

A seleção feminina em 2015 e a camisa que gerou muito interesse no público, mas não estava à venda (Foto: CBF)

Três anos atrás, o Sportv e a TV Brasil mostraram os jogos da seleção – a Band transmitiu o torneio, mas acabou não mostrando as primeiras partidas do Brasil na fase de grupos porque o horário coincidia com o da principal novela do canal -, mas nenhum dos canais fez uma cobertura do torneio, falando sobre ele ao longo da programação e divulgando os horários dos jogos. Desta vez, os planos da Globo para a Copa feminina são diferentes e a emissora irá exibir todas as partidas do time brasileiro.

É importante que o apoio ao futebol feminino aconteça durante todo o ano e não apenas nos ciclos de Copa do Mundo e de Jogos Olímpicos. Exposições, produtos esportivos e transmissões são essenciais para o que o público possa ter acesso à informações e acompanhar mais de perto a modalidade que há tanto tempo vive escondida.

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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