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Copa do Mundo Feminina: saiba os detalhes do Mundial na França

Renata Mendonça

17/07/2018 11h01

Por Renata Mendonça 

O logo da Copa de 2019 faz referência às cores da França. Cada brilho que ilustra a bola no topo da taça remete às edições de Mundiais já realizadas.

O Mundial da Rússia acabou e já deixou saudades, mas engana-se quem pensa que será necessário esperar mais quatro anos para viver de novo uma Copa do Mundo. Em menos de um ano, na verdade, a bola já estará rolando novamente para 24 seleções no país que celebrou o título neste domingo.

É a Copa do Mundo de futebol feminino que terá sua oitava edição realizada em 2019 com uma sede inédita: a França. O torneio acontecerá a partir do dia 7 de junho em Paris e tem a final programada para 7 de julho, em Lyon.

"Desafiada para brilhar" é o slogan da Copa do Mundo Feminina. Nada mais sugestivo.

Para conhecer o histórico da competição clique aqui

O torneio ainda não tem o mesmo "glamour" do masculino e atrai menos holofotes, mas nem por isso é menos importante. O futebol feminino vive uma fase de transformação em todo o mundo, com as seleções evoluindo cada vez mais e as mulheres quebrando todas as barreiras em uma modalidade que ainda sofre bastante preconceito – assim, a Copa é uma oportunidade de romper os paradigmas de quem ainda pensa que "futebol é coisa só para homem".

A última edição do torneio, no Canadá, bateu recordes de público com 1,3 milhão de pessoas comparecendo às partidas, que tiveram uma média de 26 mil pessoas por jogo. Foram sete jogos com público superior a 50 mil e outros números inéditos também para audiência dos jogos – a estimativa é que 750 milhões de espectadores acompanharam o Mundial feminino pela televisão. Nos Estados Unidos, a final da edição de 2015 disputada entre americanas e japonesas foi o jogo de futebol (considerando futebol feminino E masculino) mais assistido da história do país.

A americana Lloyd marcou um golaço do meio de campo na final de 2015 contra as japonesas (Foto: Elaine Thompson/ AP Photo)

Diante de tudo isso, as expectativas não poderiam ser melhores para a Copa da França em 2019. Um país que, assim como o Brasil e o Reino Unido, teve o futebol feminino proibido por lei por mais de quatro décadas e que vive em plena ascensão da modalidade sediará o torneio com excelentes perspectivas de público e de desempenho de sua seleção nacional – no torneio do Canadá, a seleção francesa foi uma das mais elogiadas por seu estilo de jogo bonito, de toque de bola e bastante ofensivo.

Do lado do Brasil, é preciso ressaltar que durante o Mundial na Rússia, muito se falou sobre a pouca (ou nenhuma) atenção dada à seleção feminina, que conquistou o heptacampeonato da Copa América neste ano sem que nenhum canal de televisão tivesse transmitido o torneio. Pois bem, a Copa do Mundo do ano que vem é a oportunidade perfeita para aqueles que querem saber mais sobre o futebol feminino e sobre as jogadoras brasileiras que nos representarão por lá acompanharem de perto a modalidade por pelo menos um mês.

A seleção feminina conquistou o sétimo título da Copa América em abril (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Vale ressaltar que, nessa mesma época, estará acontecendo no Brasil a Copa América de futebol masculino, que deve atrair todas as atenções da mídia esportiva nacional.

Ainda não se sabe se alguma emissora de TV transmitirá a Copa feminina no Brasil, mas na era da internet já é possível acompanhar o torneio mesmo sem ser pela televisão. Nós, do ~dibradoras, estaremos na França fazendo a cobertura completa da competição neste blog e em nossas redes sociais e trazendo todas as informações quentinhas de preparação para o Mundial por aqui – aos interessados, não deixem de seguir @dibradoras.

Fifa nomeou Ettie como mascote da Copa feminina de 2019 (Foto: Reprodução/FIFA)

Por enquanto, o que se sabe é que existe uma possibilidade de a Copa ser transmitida por algum canal do Grupo Globo, que tem os direitos de todas as competições Fifa. Em 2015, na Copa do Mundo do Canadá, o SporTV fez a transmissão de alguns jogos e a TV Brasil também mostrou ao vivo as partidas da seleção brasileira.

Trazemos aqui um raio-X do que você precisa saber sobre esse Mundial para não perder nenhum detalhe da próxima parada da Copa: a França.

– Quando começa e quando termina?
7 de junho em Paris, e a final será no dia 7 de julho em Lyon

– Quais serão as cidades-sede?
Serão 9 cidades no total, três a mais do que no Mundial do Canadá. Os locais que receberão jogos serão: Grenoble, Le Havre, Lyon, Montpellier, Nice, Paris, Reims, Rennes, e Valenciennes

– Quais são as seleções participantes?

Ainda há algumas eliminatórias em curso – elas terminarão ao longo deste ano -, mas as seleções já confirmadas são: França, China, Tailândia, Austrália, Japão, Coreia do Sul, Brasil, Chile, Espanha e Itália.

– Quando será o sorteio dos grupos?
Dia 8 de dezembro, na França

– Quem chega mais forte?
Algumas das seleções citadas aqui ainda precisam confirmar a vaga, mas devem fazer isso em breve. Entre as nossas apostas para esse título estão: Alemanha (atual campeã olímpica), EUA (atual campeão mundial), Holanda (atual campeã da Euro), Japão (vice em 2015), Inglaterra (terceiro colocado em 2015 e um dos países que mais tem investido em futebol feminino) e a própria França, país sede e que tem fortalecido cada vez mais a modalidade.

A seleção francesa fez uma excelente Copa em 2015, jogando um futebol que dava gosto de assistir, mas acabou cruzando com a forte seleção da Alemanha nas quartas-de-final e foi eliminada antes da hora. Na Euro de 2017, a equipe também caiu cedo, perdendo para a Inglaterra.

As jogadoras Necib, Thomis e Le Sommer, eram destaques da França em 2015 (Foto: Reprodução/IG)

Mas jogando em casa, a França ganha um novo estímulo para ir mais longe na competição. Além disso, nos últimos anos o país viu o futebol feminino crescer bastante com a ascensão do PSG como principal rival para fazer frente ao poderoso Lyon (hegemônico na Europa com quatro títulos da Champions League). Com a liga local se fortalecendo, mais e mais talentos têm surgido no país que sediará a Copa ano que vem – e que ainda terá sua maior craque e artilheira, Eugenie Le Sommer, no auge para tentar fazer história conquistando o título um ano depois que a seleção masculina celebrou o bicampeonato no Mundial da Rússia.

Ranking da Fifa

1- Estados Unidos
2- Alemanha
3- França
4- Inglaterra
5- Canadá
6- Japão
7- Brasil
8- Austrália
9- Holanda
10- Coreia do Norte

– Premiação

A Copa do Mundo de futebol feminino não atrai os mesmos holofotes que a Copa masculina, tem um público menor e ingressos bem mais baratos. Sendo assim, o dinheiro que ela gera fica bem abaixo do lucro gerado pelo torneio masculino. Também por isso, a diferença na premiação dos campeões é brutal.

Em 2015, somados todos os prêmios oferecidos pela Fifa às seleções participantes do Mundial feminino, o valor chegava a "apenas" US$ 15 milhões. Para se ter uma ideia, isso representava menos de 3% das premiações oferecidas às seleções masculinas na Copa de 2014 (um total de US$ 576 milhões foi distribuído à época).

A seleção americana, campeã em 2015, recebeu como prêmio por isso US$ 2 milhões, um total de 5% da premiação recebida pela Alemanha pelo título no Brasil (US$ 35 milhões).

As americanas conquistaram o terceiro título mundial em 2015, no Canadá (Foto: Esporte Interativo)

– Como faz para comprar ingresso?

A venda ainda não está aberta, mas se seguir o padrão da Copa de 2015, em setembro a Fifa deve abrir para a compra de ingressos da final. Depois do sorteio, começa a venda geral para a primeira fase do torneio.

É possível, desde já, se cadastrar nesse site para receber as novidades a respeito das vendas.

Para o Mundial do Canadá, em 2015, o preço dos ingressos variou entre US$20 e US$ 165, valores bem mais baratos do que os da Copa do Mundo masculina – tomando como comparação, o tíquete mais barato para um jogo do Mundial da Rússia custava US$ 105.

Sendo assim, uma viagem para a Copa feminina sai beeeem mais barata do que uma viagem para a Copa masculina. E não deixa de ser uma boa oportunidade para acompanhar de perto excelentes jogos de futebol e ainda apoiar uma modalidade que sofre muito com preconceito e discriminação em todo o mundo.

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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