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Nos pênaltis, Brasil é derrotado pela China no Torneio Internacional

Roberta Nina

10/11/2019 10h53

(Foto: Daniela Porcelli/CBF)

Neste domingo, a seleção feminina de futebol entrou em campo para disputar o título do Torneio Internacional da China contra as donas da casa. Durante os 90 minutos, a partida acabou em 0x0 e a China derrotou o Brasil nas cobranças de pênaltis por 4×2.

Com transmissão inédita da Rede Globo, o Brasil buscava o bicampeonato na competição amistosa, que já havia vencido em 2017 sob o comando do técnico Vadão.

Essa foi a sexta partida de Pia Sudhage no comando da seleção sem derrota no tempo regulamentar (são quatro vitórias e dois empates), mas essa é a segunda vez que o time brasileiro perde uma decisão nas cobranças de pênaltis. Em setembro, a seleção perdeu o Torneio Internacional no Pacaembu contra a seleção chilena.

Essa foi a última data Fifa do ano para a seleção brasileira. Depois disso, o Brasil terá um período de treinamento visando os Jogos Olímpicos entre os dias 13 de janeiro e 09 de fevereiro.

Até a Olimpíada de Tóquio, a treinadora Pia Sundhage terá a chance de aproveitar três períodos de data Fifa para amistosos, em março, abril e no início de junho.

O jogo

"Bola em jogo pra você ligado na Globo. O domingo começa com a sua torcida pela seleção feminina de futebol do Brasil." Foi assim que Cléber Machado iniciou a transmissão da partida às 8h35 deste domingo.

Com Ana Thaís Matos nos comentários, a transmissão da Rede Globo trouxe diversas informações sobre o aproveitamento do Brasil e das jogadoras – como os 107 gols marcados por Marta, a maior artilheira da história da seleção brasileira e os 194 jogos disputados por Formiga, a atleta que mais vestiu a camisa do Brasil na história.

A primeira chegada foi da seleção chinesa, aos três minutos de jogo com a camisa 28, Tang Jiali cabeceando e assustando a goleira Bárbara. Aos 13 minutos, a seleção brasileira ligou um contra-ataque com Letícia que acionou Ludmila que acabou sofrendo falta na entrada da área. Marta fez a cobrança com endereço certo, mas a bola desviou sutilmente na barreira e foi pra fora.

(Foto: Daniela Porcelli/CBF)

Aos 21 minutos, outra chance brasileira. Chú virou o jogo pra direita e encontrou  Debinha, que avançou, driblou e chutou com o pé esquerdo com perigo, mas que passou raspando a trave do gol chinês.

Minutos depois, Tamires enfiou uma linda bola pelo meio para a Debinha que adiantou um pouco a bola e, na hora de finalizar, parou em cima da goleira Wu Haiyan. No finzinho do primeiro tempo, Luana ligou Debinha que lançou Ludmila na cara do gol, mas a atacante finalizou mal, de frente para a goleira chinesa.

Mesmo com algumas chances criadas pelo Brasil, o jogo na primeira etapa foi bem equilibrado e o meio campo brasileiro pouco criou.

No segundo tempo, a China dominou o jogo até os 30 minutos. Levando perigo ao gol de Bárbara e dando trabalho para a dupla de zaga do Brasil, as donas da casa ainda marcavam demais a saída de bola brasileira e, com isso, o time comandado por Pia Sudhage foi bem ineficiente e encontrou muita dificuldade em sair tocando a bola.

(Foto: Daniela Porcelli/CBF)

As mexidas da treinadora sueca na etapa final pouco mudaram a postura do Brasil em campo. Tayla e Geyse entraram no lugar de Erika e Ludmila e depois Aline Milene entrou no lugar de Formiga e Raquel no lugar de Chú. Além disso, Andressinha entrou no lugar de Luana apenas nos acréscimos.

Tamires, que jogando solta no ataque funciona muito bem, não teve espaço para avançar do jeito que gosta. Ficou presa no setor defensivo – onde não rende muito bem – e não conseguiu distribuir bem o jogo.

A bola do jogo esteve nos pés de Geyse, perto dos 50 minutos, quando Letícia acionou a camisa 15 e a atacante pelo lado direito finalizou mal, chutando pra fora, na cara do gol.

A decisão do Torneio Internacional da China foi decidida nas penalidades máximas. Pelo placar de 4×2, as chinesas converteram todas cobranças e derrotaram o Brasil – que desperdiçou duas chances com Tamires que parou na trave e Andressinha que chutou pra fora.

Pontos a melhorar

O Brasil precisa ter mais força de criação no meio de campo. Com Formiga e Luana, a marcação é reforçada, mas ainda falta a peça fundamental para sair mais e armar as jogadas para o ataque. Com Andressa Alves machucada, o meio de campo com Debinha e Chú foi pouco efetivo hoje. Andressinha entrou apenas aos 45 do segundo tempo.

Na frente, Ludmila demonstrou muita dificuldade nas finalizações e Marta pouco apareceu como referência. No jogo contra o Canadá, a camisa 10 foi fundamental na armação de jogo e servindo as companheiras, mas esse posicionamento não aconteceu hoje. No segundo tempo, Pia colocou Raquel e Geyse na frente, mas também sem demonstrar evolução em suas posições. Bia Zaneratto ficou no banco.

Na zaga, a seleção precisa testar novos nomes. Rafaelle está voltando de lesão e ainda precisa voltar ao ritmo de jogo, Tayla não atuava pela seleção há muito tempo e hoje entrou no segundo tempo, mas sem muito entrosamento com Daiane. Mônica e Kathellen, titulares na Copa do Mundo, estavam no banco de reservas e ainda não se firmaram como titulares. Talvez seja o momento de testar novas peças que há um certo tempo merecem uma chance, como a zagueira corinthiana, Pardal (que pode atuar muito bem ao lado da titular Erika).

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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