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Corinthians se vinga de Ferroviária e é bicampeão da Libertadores feminina

Renata Mendonça

28/10/2019 23h22

Foto: Bruno Teixeira / Agência Corinthians

O Corinthians conquistou o bicampeonato da Libertadores feminina nesta segunda-feira ao vencer a Ferroviária por 2 a 0 em Quito na primeira final brasileira da história da competição.

O time comandado por Arthur Elias reencontrou seu algoz do Campeonato Brasileiro e conseguiu a revanche com um gol de Giovanna Crivelari aos 29 minutos do segundo tempo após passe milimétrico de Tamires, e com o chute certeiro de Juliete aos 45. Com o resultado, a equipe chegou a 43 jogos sem perder na temporada – a última derrota foi em 21 de março.

Foram muitas as chances perdidas ao longo dos 90 minutos, com Millene perdendo um gol de frente para a goleira Luciana no primeiro tempo e Gabi Zanotti também desperdiçando duas oportunidades. Mas a grande jogada tinha que sair dos pés de Tamires, a grande contratação corintiana no meio desta temporada, que tornou o time de Arthur Elias ainda mais ofensivo. Ela avançou, atraiu a marcação, e deu o passe na hora certa entre as zagueiras para Crivelari acreditar na jogada e ganhar da defesa da Ferroviária empurrando para o gol.

No último minuto de jogo, Juliete apareceu para fechar a conta para o Corinthians. Pelo lado esquerdo, ela tabelou com Vic e recebeu de volta para chutar cruzado para o gol. Com 2 a 0 no placar, as corintianas garantiram o título e a vingança da Ferroviária, que conquistou o título brasileiro justamente em cima do time alvinegro em pleno Parque São Jorge.

Com esse resultado, o Corinthians encerra a campanha na Libertadores feminina com cinco vitórias em seis jogos. É o segundo título do time alvinegro na competição sul-americana em dois anos – em 2017, o Corinthians foi campeão da Libertadores ainda na parceria com o Audax. Essa é a primeira conquista sul-americana com a gestão própria do clube. Por esse título, o time levará a premiação de US$ 85 mil dólares, enquanto a Ferroviária ficará com US$ 50 mil pelo vice.

O jogo

O Corinthians contou com a volta de Gabi Zanotti, principal armadora do time, nesta final, mas não teve a meio-campista Ingryd, suspensa pelo número de cartões amarelo. Mas o time de Arthur Elias, como era de se esperar, entrou em campo disposto a passar os 90 minutos no campo das adversárias pressionando pelo gol.

E logo aos 10 minutos, a estratégia deu certo. Em cruzamento de Millene, Tamires apareceu livre na área para cabecear e empurrar para o gol, mas a bandeira deu impedimento – gol mal anulado pela arbitragem.

A resposta veio com a Ferroviária arriscando de longe com Nenê em um belo chute que passou perto da goleira corintiana.

O time alvinegro tinha mais posse, agredia mais, mas a equipe de Araraquara marcava forte e saía rápido para os contra-ataques na tentativa de surpreender o Corinthians.

Aos 18 minutos, foi a vez de Zanotti entrar na área livre para chutar, mas a bola parou na defesa de Luciana. O melhor lance do jogo veio aos 42 minutos, quando Millene apareceu cara a cara com Luciana para fazer, mas chutou em cima da goleira da Ferroviária.

Foto: Bruno Teixeira

No segundo tempo, a partida ficou mais equilibrada, com chances aparecendo dos dois lados. A primeira veio com Zanotti mais um vez num lance bonito, roubando a bola no meio do campo e avançando com liberdade para chutar. A Ferroviária respondeu aos 20 minutos, em uma jogadaça de Nathane que finalizou obrigando a goleira Lelê a fazer bela defesa.

Aos 24, mais uma boa chance para o Corinthians. Vic abriu pela esquerda, tocou para Tamires em profundidade, que cruzou para Zanotti só empurrar, mas a goleira Luciana mais uma vez fez a defesa.

O gol finalmente saiu aos 29 minutos do segundo tempo, na habilidade e velocidade de Tamires, que arrancou, puxou a marcação e enfiou uma bola entre as zagueiras para Giovanna Crivelari aparecer e empurrar para o gol.

A partir daí, o Corinthians dominou o jogo e passou a ameaçar ainda mais o time de Araraquara, que precisou buscar o empate e, com isso, deixou mais espaços do meio para frente. Aos 40 minutos, mais uma ótima chance para as corintianas com Vic Albuquerque, que avançou pela direita e chutou para fora, passando perto da meta de Luciana.

No minuto final do tempo regulamentar, foi a vez de Juliete fechar o caixão. A lateral tabelou com Vic Albuquerque, recebeu de volta e chutou para o fundo das redes.

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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