Seleção inicia preparação olímpica com algoz da Copa e vice-campeã mundial
A seleção brasileira feminina começou 2020 com melhores perspectivas do que no ano passado. Se em 2019, o Brasil já acumulava derrotas e jogos ruins sob o comando de Vadão e com uma Copa do Mundo em vista, agora com a treinadora Pia Sundhage já são oito partidas sem derrotas (6 vitórias e 2 empates), e o time começa o ano com desafios importantes na preparação para os Jogos Olímpicos de 2020.
A "estreia" da seleção na temporada será na data Fifa de março e já trará alguns dos melhores adversários possíveis: França, Holanda e Canadá estarão com o Brasil num torneio amistoso a ser realizado entre os dias 4 e 10 de março. Tanto as francesas, quanto as holandesas estão no top 5 do ranking da Fifa (França em quarto, e as Holanda em terceiro) e são adversárias que Pia sonhava em enfrentar na preparação olímpica.
O foco nesses primeiros meses que antecedem o principal desafio do ano será enfrentar adversários fortes que sejam verdadeiros testes para o Brasil antes dos Jogos. Foi assim também em 2019, na preparação para a Copa, mas os resultados não foram os melhores – foram nove derrotas consecutivas para times como Inglaterra, Estados Unidos, Escócia, Espanha, entre outros.
A ideia é também ter um bom período de treinamentos e adaptação por duas semanas antes da estreia na Olimpíada. Assim como a seleção fez em 2019, viajando para a Copa do Mundo com 15 dias de antecedência – fazendo a preparação em Portugal antes de viajar para Grenoble, onde foi a estreia do time comandado por Vadão na época -, neste ano o planejamento também envolve um período de treinos a ser realizado em algum local mais próximo do Japão. Há uma preocupação com adaptação do fuso-horário, e por isso a apresentação será pelo menos duas semanas antes da estreia no local escolhido para a preparação – será algum país da Europa (ainda está sendo definido). O Brasil deverá chegar ao Japão com pelo menos 10 dias de antecedência da estreia.
Os adversários das outras datas Fifa do ano – há uma em abril e outra em junho – ainda não estão oficialmente confirmados, mas a ideia é que também sejam seleções fortes de posições acima do Brasil no ranking da Fifa (a seleção ocupa o nono lugar atualmente). Estuda-se também um amistoso contra as atuais campeãs mundias americanas, que definitivamente farão de tudo para conquistar mais um ouro olímpico em Tóquio – já que na Rio-2016 elas foram eliminadas precocemente (e de maneira inédita) nas quartas-de-final.
Por já ter trabalhado em países mais "adiantados" na organização do calendário da seleção feminina (como Estados Unidos e Suécia), Pia Sundhage diz que está tendo que "se adaptar" à forma como as coisas funcionam por aqui. Em entrevista concedida às dibradoras em 2019, ela afirmou que isso "poderia ser estressante" considerando o que ela estava acostumada.
"Na Suécia, quando eu era técnica da seleção, eu tinha o calendário do ano todo da seleção com antecedência. E às vezes até de dois anos. Aqui não é o que acontece. Para mim, isso pode ser estressante, mas eu transformo em algo que pode ser positivo. Não temos definido o time que vamos enfrentar, mas de repente fechamos com um adversário excelente. Então tenho que ser paciente e mudar minhas expectativas um pouco. Isso é uma coisa com a qual estou me acostumando. Porque se eu olhar para trás, o Brasil tem jogado contra times muito bons. E isso é muito importante. É isso que eu estou olhando, quanto melhores forem os times que vamos enfrentar, melhor pra nós", observou.
Com o tempo, é provável (e é o que esperamos) que a sueca consiga implementar um pouco mais da sua organização na gestão da seleção feminina para não começar um ano sem saber quais jogos terá nos meses que antecedem os Jogos Olímpicos. Mas o ano começa já com um grande desafio pela frente, que poderá servir de termômetro para entender o quão pronto esse time de Pia está para o grande evento do ano no Japão.
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