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Copa feminina tem mais um recorde: mais de 22 milhões viram Brasil x Itália

Renata Mendonça

20/06/2019 13h34

Foto: CBF

A Copa do Mundo feminina registrou mais um recorde de audiência no Brasil. Com o jogo da última terça-feira, em que a seleção brasileira enfrentou a Itália valendo a classificação para as oitavas-de-final, houve mais um recorde de expectadores ligados na TV para ver as mulheres em campo.

Se na partida de estreia contra a Jamaica, a audiência superou os 19 milhões, desta vez foram mais de 22,6 milhões de pessoas assistindo à seleção feminina na Globo e no Sportv, o que significa que metade das televisões brasileiras estavam ligadas no jogo das mulheres.

Esse número representa a segunda maior audiência da Copa feminina na história. O recorde absoluto ainda é a final entre Estados Unidos e Japão em 2015, em que 25,6 milhões de americanos estavam assistindo ao jogo. Mas se formos olhar o pico do jogo entre Brasil e Itália, esse número já foi superado – foram mais de 28 milhões de pessoas vendo no auge da transmissão.

Um número bastante expressivo considerando que a partida aconteceu em uma terça-feira em um horário útil para os brasileiros – 16h. O fato de a TV Globo estar transmitindo e de a Copa feminina estar tendo mais visibilidade neste ano, fez com que muitas empresas liberassem os funcionários no horário do jogo. Algumas colocaram telão e promoveram eventos internos para os colaboradores assistirem à partida, da mesma maneira que costumam fazer em jogos do Brasil na Copa masculina.

A cultura de ver jogos do Brasil em bares em um cenário bem "verde e amarelo" também está acontecendo agora com as mulheres. Muitos lugares estão fazendo eventos especiais nos jogos da seleção feminina para chamar a torcida.

Um movimento que, até então, era um pouco inédito para jogos femininos do Brasil, ao menos em Copas do Mundo. Mas os números estão mostrando que há um interesse crescente no Mundial das mulheres.

Além do aumento da audiência da TV, o Observatório do Mundial feminino em 2019, que monitora o que estão falando nas redes sociais sobre o torneio, também aponta um aumento significativo das conversas durante os jogos da seleção feminina. Na estreia do Brasil contra a Jamaica, o alcance do assunto entre Twitter e Facebook chegou a 15 milhões de usuários. Na partida contra a Austrália, esse número aumentou para 25 milhões. E diante da Itália, as conversas sobre a Copa feminina alcançaram mais de 92 milhões de pessoas, quadruplicando na comparação com o jogo anterior.

Tudo isso evidencia que existe, sim, uma audiência significativa interessada no futebol feminino e que, quando se faz a divulgação adequada dos jogos e dos campeonatos, o engajamento acontece. Não dá para ignorar que quase 23 milhões de pessoas pararam para ver o jogo das mulheres em uma terça-feira à tarde. Os argumentos superficiais que costumavam ser dados por muitos para justificar a falta de visibilidade para o futebol feminino ("não dá audiência") já caem por terra nesta Copa do Mundo.

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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