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O impacto da Copa feminina e da estreia do Brasil nas redes sociais

Roberta Nina

10/06/2019 20h08

Foto: Reuters

A seleção feminina de futebol estreou com vitória na Copa do Mundo da França derrotando a Jamaica, sua primeira adversária na competição por 3×0. Os gols foram marcados pela atacante Cristiane, que se tornou a jogadora mais velha a marcar um hat-trick em um Mundial.

Com o o time brasileiro em campo, a audiência das transmissões na tevê aberta – Globo e Bandeirantes – alcançaram números significativos, mas a parcial do Kantar Ibope Media (responsável pela medição exata da audiência) – ainda deve ser divulgada.

Além da audiência televisiva, as interações nas redes sociais sobre a partida feminina também mostraram um grande engajamento por parte do público. A Vert Inteligência Digital em parceria com a plataforma de monitoramento Stilingue desenvolveu a plataforma Observatório Mundial Feminino 2019, um espaço de pesquisa e monitoramento do maior evento de futebol feminino. A ideia é mapear os dados para questionar, provocar e responder questões que, até então nunca foram exploradas. Tudo isso por meio de uma série de estudos, análises de conversação e comportamento nas mídias sociais, em constante atualização durante todo o torneio.

O mapeamento contempla todos as redes sociais, como Twitter, YouTube, blogs, imprensa, páginas de Facebook (interações via Instagram não fazem parte da medição) e começou a ser feito a partir da meia-noite do dia 09 de junho, data em que o Brasil estreou na Copa, até o meio-dia (horário de Brasília).

Primeiros dados

Na estreia da seleção brasileira na competição, o monitoramento mostrou um dado bem importante. O público feminino foi quem mais comentou sobre a partida nas redes sociais, representando 54% de interações contra 36% do público masculino. Outra informação captada foi que Marta, mesmo sem entrar em campo, foi a jogadora mais citada nas redes.

Foto: Divulgação

Marcas, influenciadores, veículos e fan-pages engajaram muitas pessoas por meio de posts em seus perfis. A Rede Globo, por exemplo, é o veículo de imprensa que mais alcançou seguidores durante o jogo nas redes sociais. Com nove posts feitos sobre o jogo em redes como Facebook e Twitter, a emissora impactou mais de 10 milhões de pessoas.  

Outros consagrados veículos esportivos aparecem no top 10 como Esporte Interativo, Fox Sports Brasil e Sportv. O dibradoras, mesmo não sendo um do veículo esportivo da grande mídia, aparece em 10º lugar do ranking como um dos principais emissores das notícias da Copa do Mundo. O perfil que é voltado a divulgar notícias sobre a participação das mulheres no esporte engajou mais de 1 milhão e cem pessoas durante o jogo. 

Foto: Divulgação

Marcas e empresas que não patrocinam a seleção brasileira também ativaram suas redes sociais para falar do time brasileiro, como a Turma da Mônica, que com apenas um post feito no Twitter, engajaram quase dois milhões de pessoas.

Jogadoras e termos

Mesmo marcando os três gols da vitória do Brasil, a atacante Cristiane foi a segunda jogadora mais mencionada da seleção nas redes sociais. Marta, em primeiro lugar, lidera o ranking com 15% das citações, Cristiane em segundo com 13% e em terceiro, Formiga, que disputa sua sétima Copa do Mundo, aparece com 5% das menções.

Marta não jogou a primeira partida do Mundial com o time brasileiro por conta de uma lesão na coxa e a pesquisa mostrou que a ausência da jogadora eleita como seis vezes melhor do mundo despertou a curiosidade no público. Termos como "recuperação na fisioterapia" e "domingo sem Marta" também foram mencionados durante o jogo. 

Foto: Divulgação

Além dos termos relacionados a Marta, os principais termos mencionados nas redes sociais foram "Copa Feminina", "Seleção Feminina" e "Copa do Mundo Feminina. Ainda durante os 90 minutos de jogo, o Twitter mostrou que entre os cinco assuntos mais citados na plataforma, todos eles correspondiam ao Mundial das mulheres.

 

As redes sociais das jogadoras brasileiras também cresceram vertiginosamente após o primeiro jogo. Entre os dias 07 e 10 de junho, Formiga foi a atleta que mais cresceu nas redes sociais, cerca de 295%. No dia da abertura da Copa, a meio campista tinha recém-criado uma conta no Instagram e contava apenas 2.193 seguidores e, após a vitória do time contra a Jamaica, ela chegou a mais 8.660 fãs. Depois dela, Cristiane foi a que mais cresceu, passou de 152.046 para 410.359 fãs. 

Para além das emissoras de tevês, as redes sociais também demonstram com exatidão o quanto tem sido positiva a visão do público sobre a modalidade. Elas, que precisaram reagir às proibições e seguem lutando pela visibilidade, mostrarão em um mês o enorme potencial que o futebol feminino exerce nas pessoas, marcas, empresas, mídia e em influenciadores.

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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