Topo

Dibradoras

Jornais do mundo falam em 'revolução' com a Copa feminina em 2019

Renata Mendonça

07/06/2019 08h17

Reportagem do Telegraph fala em "revolução" (Foto: Reprodução)

A Copa do Mundo de futebol feminino foi manchete em alguns dos principais jornais do mundo nesta sexta-feira, dia da abertura do torneio em Paris. Com grande expectativa em torno desse Mundial – o primeiro a ter uma cobertura massiva da mídia internacional -, o Mundial deste ano pode representar um ponto de virada na história do futebol das mulheres.

É isso que anuncia o jornal britânico Telegraph em sua manchete principal: "Um torneio de futebol? Nós podemos estar assistindo a uma revolução".

A matéria fala sobre a luta das mulheres por igualdade e coloca a Copa da França como o auge disso. E que esse torneio carrega um "significado muito além do normal" porque o sucesso dele obrigaria as entidades que governam o futebol a "tratarem o o jogo das mulheres de uma maneira mais parecida com que tratam o jogo dos homens". "Esse é um campeonato que não pode mais ser ignorado", sentencia o repórter Jim White, que está em Paris para a cobertura.

Os jornais franceses também dão seu principal destaque para a Copa do Mundo das mulheres. Tanto o L'Equipe, quanto o Le Monde, o Libération e o Le Parisien trazem manchetes falando da seleção francesa e do início do primeiro Mundial feminino em território francês.

Foto: Dibradoras

"As mulheres alcançam o objetivo: A Copa do Mundo feminina estreia nesta sexta com França x Coreia do Sul. A oportunidade de finalmente explodir um esporte até então monopolizado por homens", isso é o que diz o texto da primeira página do Libération. São cinco páginas dedicadas ao torneio, e no texto o jornal fala que ele já é um marco para o futebol das mulheres.

O L'Equipe dá maior destaque à seleção francesa, por todas as expectativas que se criam em torno dela. O time comandado por Corinne Diacre nunca chegou perto de conquistar o Mundial – parou no máximo nas quartas-de-final -, mas vive grande momento e é considerado um dos favoritos. "Les Bleues estão começando esta noite no Parc des Princes sua jornada em busca da primeira conquista internacional", diz o principal jornal francês.

Em Paris, o destaque também é para a seleção local, em busca da "Conquista do Mundo", como foi dito na manchete do Le Parisien. A França estreia no Parc des Princes contra a Coreia do Sul às 16h (horário de Brasília), e o estádio estará lotado para acompanhar o início da caminhada francesa rumo ao título. Todos os ingressos da abertura foram esgotados logo nas primeiras horas da abertura de venda no site da Fifa no início deste ano.

Números e expectativas

Muito tem se falado sobre esta Copa do Mundo feminina, já que ela acontece em um momento em que os holofotes do mundo todo finalmente se voltam para o futebol das mulheres. Será somente a oitava edição do torneio, que começou a ser disputado em 1991, 60 anos depois do primeiro Mundial dos homens, então obviamente não é possível comparar um evento com o outro por enquanto.

Os organizadores foram questionados na coletiva de imprensa desta quinta-feira sobre a ausência de um "clima de Copa", principalmente pela falta de anúncios do torneio ao redor da cidade de Paris, nos principais pontos turísticos.

Capa do The New York Times em 6 e junho

"Depende do que vocês estão esperando sobre pôsteres e anúncios. A nossa maior meta é encher os estádios e ter a maior audiência possível nas TVs. Três das sete partidas que serão disputadas em Paris estão esgotadas", afirmou Erwan Le Prevost, chefe do Comitê Organizador Local.

"Em vez de cobrir uma cidade enorme como Paris, preferimos focar em duas regiões: a do Parc des Princes e o distrito de Chatelet em Paris. Claro que nós podemos sempre fazer melhor, mas isso é uma melhora imensa do que tivemos no passado", pontuou o diretor de marketing da Fifa, Jean-François Pathy.

L'Equipe de 7 de junho

Se não é possível "respirar" clima de Copa como acontece no torneio masculino normalmente, já pode-se dizer que a visibilidade que esse Mundial feminino está atraindo é algo inédito. A quantidade de caminhões de transmissão ao redor do estádio da abertura em Paris já evidencia isso. A BBC, uma das maiores emissoras do mundo, está com uma equipe de mais de 200 pessoas na França para fazer a cobertura do torneio – um número imensamente maior do que o desolado em 2015. Isso já mostra o tanto de atenção que a Copa feminina está despertando.

No total, 950 mil ingressos foram vendidos até agora – em 2015, o público total do Mundial feminino foi de 1,35 milhão. A organização acredita que superará esse número e já reforça que tem 10 jogos esgotados, com o objetivo de dobrar isso nos próximos dias. Com o início do torneio, a ideia é que o clima vá contagiando as pessoas a comprarem seus ingressos e acompanharem uma Copa histórica que já está acontecendo na França.

 

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

Dibradoras