Brasileiro feminino não estará na TV, mas terá transmissão na internet
Um Campeonato Brasileiro de futebol feminino histórico está para começar. Com as novidades dos times de camisa participando do cenário nacional da modalidade, a competição terá duas divisões e um número recorde de clubes participantes – serão 16 na A1 (primeira divisão) e 36 na A2 (segunda divisão). Tudo começa neste final de semana, com direito a uma novidade importante para os torcedores que quiserem acompanhar as mulheres em campo: haverá transmissão de pelo menos um jogo por rodada.
Não será nos moldes tradicionais, na televisão, como já foi em um dia não muito longínquo – em 2017, o SporTV transmitiu alguns jogos, incluindo as finais. Mas quem abraçou a ideia desta vez foi o Twitter, que firmou parceria com a CBF para viabilizar as transmissões pela internet.
O primeiro jogo a ser mostrado nesse formato será a estreia do atual campeão, Corinthians, fora de casa, contra a Ponte Preta. O jogo será no sábado, às 16h, e quem quiser acompanhar poderá ter acesso ao jogo pelo Twitter @BRFeminino ou então utilizando a ferramenta "explorar" da rede social.
Até mesmo quem não for usuário do Twitter terá acesso à transmissão. Inicialmente, a parceria envolve apenas jogos da Série A1 e a promessa é de que pelo menos uma partida por rodada seja mostrada ao vivo todas as semanas.
No ano passado, o Brasileiro feminino não foi exibido em nenhuma televisão, já que o campeonato perdeu seu patrocinador – a Caixa -, que era quem bancava os custos para gerar as transmissões para os canais de TV. Muitos clubes chegaram a viabilizar suas próprias formas de exibir os jogos usando transmissões via internet (usando Facebook ou o próprio canal do clube) para permitir a seus torcedores assistirem às partidas.
Foi assim também que a Federação Paulista de Futebol conseguiu viabilizar transmissões dos jogos do Paulista Feminino. Também por meio de parcerias, a entidade conseguiu exibir um jogo por rodada no torneio do ano passado gerando as imagens via internet. Nas semifinais e finais, houve até mesmo a exibição na ESPN, que aproveitou a geração de imagens da Federação para colocar os jogos na grade.
Enquanto as televisões alegam que o custo de transmissão ainda é muito alto e que "a audiência do futebol feminino não justifica o investimento", é importante que os órgãos mais interessados em promover a modalidade viabilizem a exibição dos jogos de outra forma. Com a parceria com o Twitter, a CBF dá a possibilidade de mais torcedores acompanharem o futebol feminino e se interessarem pelo torneio que ela mesma organiza – e, como sabemos, a lógica do negócio é simples: quando há público acompanhando, fica muito mais fácil atrair patrocinadores. A partir daí, aquele ciclo que era vicioso – ninguém transmite porque supostamente não tem interesse do público, mas o público não tem como se interessar por aquilo que não conhece, e as marcas não têm como investir em algo que não tem qualquer visibilidade – vira um ciclo virtuoso.
A parceria entre CBF e Twitter já aconteceu também em 2018 na época da Copa América de futebol feminino, quando nenhuma televisão transmitiu a conquista do heptacampeonato das mulheres da seleção. Pela rede social, porém, foi possível ver alguns jogos e celebrar o título e também a classificação para a Copa do Mundo deste ano e a Olimpíada do ano que vem.
Agora, o fã do futebol feminino ganha a chance de acompanhar mais de perto a modalidade. E quem ainda repete os clichês sobre o "futebol feminino ser chato", vai poder se dar uma chance para mudar de ideia vendo as partidas e comprovando que há, sim, muita mulher dando show dentro de campo – e jogo chato, vamos combinar, tem em qualquer campeonato, estão aí os estaduais que não me deixam mentir.
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