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Japão vence o Brasil, e Vadão perde o sexto jogo sob o comando da seleção

Roberta Nina

02/03/2019 20h17

(Foto: Laura Zago/CBF)

O Brasil entrou em campo neste sábado (02/03), pela segunda partida do torneio She Believes para enfrentar o Japão e acabou mais uma vez derrotado – agora por 3 a 1. É a segunda derrota no torneio e a sexta seguida nos últimos sete jogos sob o comando do técnico Vadão.

Na escalação do treinador para esse jogo, poucas mudanças foram feitas com relação ao time que enfrentou a Inglaterra. Saiu a lateral Jucinara e entrou a experiente Tamires. A atacante Ludmila que se lesionou na partida anterior e foi substituída por Debinha, não voltou a campo neste jogo.

A seleção japonesa – que está passando por uma renovação – foi escalada pela treinadora Asaki Takakura com muitas modificações, bem diferente do time que empatou em 2×2 com os Estados Unidos. A ideia da técnica é justamente essa, testar suas atletas antes da Copa do Mundo.

Logo no primeiro tempo, deu para perceber que o esquema 4-2-4 adotado por Vadão não estava rendendo. A seleção brasileira não tem uma jogadora que possa armar o jogo e  que conduza a bola até o ataque para servir as atacantes.

Formiga, no meio-campo, até faz a sua função mas atua sozinha já que ali não é a posição de origem de Andressa Alves. No Barcelona, a camisa 7 brasileira já atuou com mais liberdade para se movimentar na frente e participava muito pelos lados, construindo o ataque do time catalão. Sem um meio forte na marcação, a zaga ficou muito mais exposta e vulnerável. E com a ausência de uma meia-armadora, o ataque não conseguiu se encontrar.

(Foto: Laura Zago/CBF)

O primeiro tempo foi bem morno. O Brasil não tinha criação nenhuma e mal conseguia jogar com a bola no chão. Os lançamentos apareceram e, quando tentavam trocar passes, não conseguiam. O Japão – que ainda não está entrosado – até conseguia tocar a bola em pequenos espaços, mas não oferecia tanto perigo ao Brasil.

O primeiro gol foi marcado pelo Japão quase no final do primeiro tempo, aos 43 minutos. A bola sobrou na zaga do Brasil e Mônica não conseguiu afastar. A habilidosa Nakajima avançou e perto da entrada da área, conseguiu deslocar duas jogadoras brasileiras com o drible e serviu Momiki, que abriu o placar.

No segundo tempo, o Brasil voltou a campo sem alterações e foi na força de vontade que passou a pressionar o Japão. Aos 12 minutos, um chutão para o alto fez a bola parar perto da área japonesa. Após falha na saída da goleira Yamane, um bate e rebate na área fez a a bola ser disputada por Bia, Debinha, Formiga até sobrar novamente para Debinha chutar para o gol e empatar a partida.

Comemoração brasileira (Foto: Laura Zago/CBF)

Com a igualdade no placar, a seleção brasileira se soltou mais e até chegou a criar duas boas jogadas, mas a finalização não foi certeira. No momento em que estava melhor no jogo, o Brasil cedeu espaços e o Japão marcou mais uma vez após contra-ataque. Quando a bola foi lançada na direita para Momiki, ela estava livre de marcação. Só teve o trabalho de cruzar na cabeça de Kobayashi – que entrou no segundo tempo – e comemorar.

O Brasil sentiu o gol e mesmo com as alterações feitas antes do desempate (entrada de Geyse e Raquel nos lugares de Adriana e Bia), o jogo da seleção feminina não encaixou. Marta precisava buscar o jogo, os escanteios não ofereciam perigo, o meio campo estava nulo e o resultado disso foi o terceiro gol japonês marcado por Hasegawa, que também entrou no segundo tempo.

O Brasil foi a campo com: Aline, Letícia, Érika, Mônica e Tamires; Formiga e Andressa Alves; Adriana, Marta, Bia Zaneratto e Debinha.

O Japão foi escalado com: Erina Yamane, Rumi Utsugi, Saori Ariyoshi, Emi Nakajima, Moeno Sakaguchi, Risako Oga, Mayu Ikejiri, Yuka Momiki, Kumi Yokoyama, Moeka Minami, Asato Miyagawa.

Considerações finais

O Brasil precisa encontrar seu esquema tático urgente. Estamos a menos de 100 dias da Copa do Mundo e ainda não sabemos qual é o ponto forte do time brasileiro. O 4-2-4 definitivamente não encaixou e seria interessante ver a seleção jogar de outra maneira contra os Estados Unidos.

É importante ressaltar que o Brasil está sem Cristiane, que é a grande responsável por construir boas jogadas no ataque, além do ótimo entrosamento que tem com Marta. Andressinha também está fora do torneio por problemas físicos, mas é um nome que faz muita falta na equipe brasileira. Ela poderia ser a grande responsável por distribuir melhor as jogadas.

(Foto: Rafael Ribeiro / CBF)

E para finalizar, vamos aos números: segundo levantamento feito por Rafael Alves, jornalista do Planeta Futebol Feminino, esta é a pior sequência da história da seleção feminina.

O atual treinador superou a marca de Emily Lima que entre entre agosto e outubro de 2017, havia perdido 5 jogos e empatado um. 

Agora os números mostram que com Vadão, nos últimos sete jogos, o Brasil perdeu seis e ganhou um jogo-treino, com portões fechados, contra o Canadá:

02/08/2018 – EUA 4×1 Brasil
03/09/2018 – Canadá 1×0 Brasil
6/09/2018 – Canadá 0x1 Brasil (jogo-treino com portões fechados)
06/10/2018 – Inglaterra 1×0 Brasil
10/11/2018 – França 3×1 Brasil
27/02 – Inglaterra 2×1 Brasil
02/03 – Japão 3×1 Brasil.

O próximo confronto da seleção brasileira na She Believes Cup será contra os Estados Unidos na terça-feira (05/03), às 22h.

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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