Após gravidez, Serena volta à Austrália aos 37 anos para quebrar recorde
Já há muitos janeiros, não há como fugir do mesmo assunto: Serena Williams no Australian Open. Até quando não disputa o primeiro Grand Slam do ano, é ela quem domina as notícias – "Serena não vai defender o título", era a manchete que se lia em 2018, quando a tenista ficou fora da disputa após ter tido sua filha em setembro.
Mais uma vez, não há como tirá-la dos holofotes. Serena voltará à Austrália nesta segunda-feira aos 37 anos de idade em busca de mais um recorde: o 24º Grand Slam da carreira, que a igualaria a Margareth Court como a maior vencedora da história do Tênis com 24 títulos (sendo 13 deles naquela que é considerada era "amadora" do tênis, antes de 1968).
Da última vez que esteve lá saiu com o título, mesmo com dois meses de gravidez, vencendo sua irmã Venus. Foi sua sétima conquista no Australian Open, algo que representa outro recorde, já que representa outro feito inédito na história do tênis, tanto entre homens, quanto entre mulheres. Desde 2010, Serena conquistou 12 dos 32 títulos de Grand Slam que disputou. Na carreira, são 23 conquistas em 29 finais disputadas.
No entanto, na volta após uma gravidez que teve um parto complicado, a americana ainda não reencontrou o melhor de seu tênis e, apesar de ter chegado às finais de Wimbledon e do US Open em 2018, ela não fez jogos bons nas decisões e acabou derrotada em ambas as oportunidades.
No torneio dos Estados Unidos, Serena ainda deixou a quadra em meio a uma polêmica com o árbitro Carlos Ramos, que a puniu com três advertências ao longo da partida. O ano, então, terminou sem a comemoração do 24º título, mas com a recuperação da tenista em meio a tantas adversidades no retorno após o nascimento da filha. Agora, num dos torneios que ela mais gosta de jogar (e de ganhar), Serena Williams chega pronta para fazer história de novo.
Só que o caminho até essa possível conquista não será fácil. Pela chave na qual foi escalada, Serena poderá enfrentar sua algoz no Us Open, Naomi Osaka, na semifinal, caso ambas cheguem até lá. Antes disso, já na quarta rodada, a americana poderá ter pela frente a atual número 1 do mundo, Simone Halep.
Na preparação, ela ressaltou a presença da filha, que agora é companhia constante de Serena em todos os torneios. "Não é sobre o que podemos fazer, mas sobre o que precisamos fazer como mães que trabalham e pais que trabalham. Tudo é possível. Eu estou me preparando para o primeiro jogo do ano e minha filha estava cansada e triste e simplesmente precisava do carinho da mamãe. Então se é preciso me alongar e me aquecer enquanto a seguro no colo, é isso o que eu vou fazer", postou a atleta em suas redes sociais no último dia de 2018, quando já se preparava para o primeiro desafio de 2019.
Enquanto Serena busca colecionar mais recordes, o maior obstáculo de suas adversárias no torneio será pará-la. Entre alguns dos principais nomes que poderão impedir mais uma conquista da americana, destacamos Naomi Osaka, Simona Halep, Caroline Wozniacki, Maria Sharapova e Angelique Kerber.
Osaka, a jovem fã que derrotou Serena no US Open
A primeira japonesa a ganhar um Grand Slam foi campeã justamente em cima da maior tenista da história. Aos 21 anos, Osaka derrotou Serena Williams em sua casa e, na hora de receber o troféu, não escondeu sua admiração pela americana.
Depois do US Open, a japonesa disputou o Open Pan-Pacífico em Tóquio com todo o apoio da torcida e chegou à decisão sem sequer perder um set. No entanto, ela perdeu a final para Karolina Pliskova.
Antes do Australian Open, Osaka chegou a disputar as semifinais do torneio de Brisbane na última semana, mas saiu de quadra derrotada e admitiu que faltou "atitude" para vencer.
"Acho que no ano passado eu cometi muito esse erro. Estou tentando mudar isso", afirmou.
Wozniacki, a vencedora na ausência de Serena
Caroline Wozniacki voltou ao topo no ano passado, quando venceu o Australian Open e assumiu o posto de número 1 do mundo. Mas em outubro de 2018, recebeu uma notícia difícil para uma atleta de alto rendimento: a dinamarquesa foi diagnosticada com artrite reumatoide.
"Em alguns dias, acordo e sinto tanta dor que não consigo sair da cama. Mas em outros eu estou melhor. Foi difícil assimilar. Mas depois você encontra um caminho", declarou a tenista ainda no ano passado.
Ela segue jogando e cuidando da doença, mas admite que às vezes a exaustão é tanta que não consegue sequer levantar os braços sobre a cabeça. Mesmo assim, conseguiu conquistar o Torneio de Pequim em outubro.
Por tudo isso, Wozniacki pode representar uma grande ameaça a Serena no caminho para o recorde.
Simona Halep, Angelique Kerber e Maria Sharapova
A romena chega ao torneio ainda como detentora da primeira colocação no ranking, mas cambaleada por uma lesão nas costas que encurtou sua temporada em 2018.
Já Angelique Kerber, algoz de Serena em Wimbledon do ano passado – quando a alemã conquistou pela primeira vez o torneio de Londres -, chegou a dizer que sua prioridade para 2019 será Roland Garros, mas afirma que está preparada para fazer um bom torneio na Austrália. "Sei que estou jogando bem, estou confiante e vou fazer o meu melhor", disse.
Maria Sharapova, por sua vez, ainda não voltou a impressionar desde que voltou do período em que foi banida por ter sido pega no doping. A russa entra como uma "zebra" no Australian Open, mas nunca dá para desprezar quem já conquistou 5 Grand Slams.
Uma outra aposta que pode surpreender na Austrália é a jovem bielorrussa Aryna Sabalenka, de apenas 20 anos. Ela pulou da 73ª colocação para a 11ª no ranking WTA em 2018 e nunca venceu um jogo no Australian Open, mas chega ao torneio agora após ter vencido oito partidas contra adversárias top 10 do mundo na segunda metade do ano passado. Seria um palpite ousado dizer que ela pode parar Serena, mas é sem dúvida uma promessa que pode surpreender no primeiro Grand Slam do ano.
O Australian Open começa na noite deste domingo, com transmissão dos jogos pela ESPN. A primeira partida de Serena Williams será contra a alemã Tatjana Malek.
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