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Em uma imagem, Lugano mostra por que a Copa vale a pena

Renata Mendonça

15/06/2018 16h39

Si, tienen razón. Es sólo fútbol, 11 locos corriendo atrás de una pelota " que saben, que saben ellos "

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Não é só futebol. Esse talvez seja o maior clichê futebolístico já inventado na história, mas é também o mais verdadeiro. Tem muita gente que não gosta desse esporte bretão e diz não entender a comoção que ele causa, se são apenas "11 malucos(as) correndo atrás de uma bola". E, para quem gosta, é quase impossível explicar por que o jogo vai muito além disso.

Mas se as palavras não são suficientes para definir, algumas imagens não deixam dúvidas. O ex-jogador uruguaio e hoje superintendente de relações internacionais do São Paulo, Diego Lugano, postou um vídeo em seu instagram que resume o que faz do futebol esse fenômeno tão mágico.

"'Sim, vocês têm razão. É só futebol, 11 loucos correndo atrás de uma bola'. O que sabem eles?", era a legenda da imagem que mostrava crianças em uma sala de aula uruguaia assistindo à estreia da Celeste contra o Egito na Copa da Rússia. No momento do gol marcado de cabeça por Giménez, meninos e meninas pulam ensandecidamente para comemorar.

O que faz com que dezenas de crianças parem a aula e o que quer que estejam fazendo para vidrarem seus olhos em uma televisão por noventa minutos, aflitos até a hora do gol libertador aos 44 do segundo tempo? O que faz pessoas completamente estranhas se abraçarem na arquibancada, na rua ou no bar, como se fossem amigos de longa data, "apenas" porque ouviram aquele grito mágico de "GOL"? O que faz um país inteiro parar durante 30 dias, empresas liberarem seus funcionários, escolas liberarem seus alunos, as cidades mais caóticas se transformarem em desertos, tudo isso por causa daqueles 90 minutos sagrados, daquela tal Copa do Mundo?

Não tem teoria que explique isso. Não há fórmula matemática que racionalize a relação completamente irracional entre torcida e futebol. Nunca veremos especialistas que consigam traduzir o que acontece para um simples esporte causar tudo isso.

Mas imagens como essa são como um conforto para a alma de qualquer apaixonado. Só mesmo uma coisa muito importante pode fazer com que tantas crianças tenham exatamente a mesma reação ensandecida na hora em que a bola balança as redes. Somente uma coisa muito importante pode trazer uma alegria desse tamanho.

A Copa é isso: é um mundo de gente esperando o gol para poder extravasar sua felicidade. Não há diferença religiosa ou política ou social que nos separe no momento em que a bola cruza aquela linha entre as traves. Alienar-se é não perceber (ou não reconhecer) a importância de um fenômeno desse tamanho, que queiram ou não os céticos, move milhões de pessoas ao redor do mundo.

O futebol será sempre a coisa mais importante entre as menos importantes.

 

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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