Topo

Dibradoras

Brasil goleia a África do Sul, mas se despede do Mundial Sub-17

Roberta Nina

20/11/2018 19h19

(Foto: FIFA/Getty Images)

Nesta terça-feira (20/11), a seleção brasileira feminina se despediu da Copa do Mundo Sub-17. Mesmo vencendo a África do Sul por 4×1, não se classificou para as quartas de final da competição após conquistar 4 pontos na fase de grupos.

Com um empate (0x0 contra o Japão), uma derrota para o México (1×0) e a vitória de hoje, a equipe comandada pelo técnico Luizão terminou em terceiro lugar no grupo B e precisava torcer por uma vitória do Japão – líder do grupo – para avançar. O resultado da partida entre a seleção mexicana e a japonesa foi 1×1 e, com isso, os dois times se classificaram.

O jogo 

O Brasil entrou em campo sabendo que, além de torcer por uma vitória do Japão sobre o México, precisava vencer a seleção africana. E precisava vencer bem.

Apesar do placar elástico, o primeiro tempo não saiu do zero e a seleção brasileira abusou dos passes errados e de tentativas frustradas na armação do ataque.

A afobação por parte do time brasileiro era evidente e atrapalhou demais as construções das jogadas. O técnico Luizão passou praticamente todo o primeiro tempo na beira do gramado, cantando em voz alta o posicionamento e a troca de passes entre as jogadoras.

Na primeira etapa, chegou algumas vezes ao ataque com perigo. Uma cabeçada de Isadora por cima do gol e uma bola na trave foram as maiores chances do Brasil. A África do Sul exigiu uma defesa da goleira Mayara em um contra-ataque e foi só.

No segundo tempo a história foi outra. O Brasil voltou com outra postura para o jogo e aos quatro minutos abriu o placar com um belo gol de Jheniffer, que girou em cima da zagueira e chutou por cima da goleira africana. A atacante do Grêmio Osasco Audax é a artilheira da seleção brasileira na temporada com oito gols marcados.

Mal deu tempo de comemorar e o Brasil já estava no ataque no minuto seguinte. Julia arriscou um chute ao gol e a bola bateu na mão da zagueira da África do Sul dentro da área: pênalti e expulsão. A própria Julia converteu a cobrança e ampliou o placar. Pela seleção, este foi o sexto gol da meio-campista do Internacional na temporada

(Foto: FIFA/Getty Images)

Dois minutos depois e com uma jogadora a menos, a África do Sul aproveitou a falha da zagueira Isadora próximo a grande área e descontou com Vilakazi.

Na sequência, o Brasil conseguiu marcar seu terceiro gol com Amanda, que defende o Santos. Este foi o sétimo gol da atacante pela seleção na temporada. E, por fim, aos 15 minutos, Maria Eduarda marcou um golaço com um belo chute de fora da área em uma linda jogada trabalhada por Jheniffer, Amanda e finalização da camisa 5.

Com o placar elástico e o Japão vencendo o México por 1×0, a classificação brasileira estava garantida. Mas, logo depois do quarto gol brasileiro, a atacante mexicana Gonzalez empatou a partida e, com esse resultado, o Brasil se despediu da competição.

Maria Eduarda, eleita como melhor jogadora da partida. (Foto: FIFA/Getty Images)

O Brasil foi a campo com: Mayara, Bruna, Isadora, V. Bruna e Gisseli; M. Eduarda, M. Cristina e Julia; Isabela, J. Beatriz e Jheniffer. Maria Eduarda foi eleita como melhor jogadora da partida.

Apesar de muito novas, a maioria das jogadoras da seleção já atuam em grandes clubes do Brasil, como Chapecoense, Internacional, Centro Olímpico (SP), São José, Santos e Ferroviária.

É fato que as jogadoras do Brasil tem talento e futuro promissor pela frente. Foram campeãs sul-americanas, mas é preciso que continuem atuando em nível competitivo para ganhar experiência ao longo dos anos. Fomentar a base e seus campeonatos no país é importantíssimo para o desenvolvimento da modalidade.

Com investimento e trabalho a longo prazo, é bem possível preparar um elenco campeão.

 

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

Dibradoras