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Após sucesso na Copa, Fox contrata narradora

Renata Mendonça

14/09/2018 12h32

Fox Sports contrata primeira narradora para dar continuidade ao projeto no canal

A Fox Sports firmou contrato com a primeira narradora do canal, que estreará neste sábado no jogo entre Independiente e Colon, pelo Campeonato Argentino. Na verdade, será uma reestreia. Renata Silveira, que participou seletivo da emissora na Copa do Mundo e chegou a narrar os jogos do Brasil no torneio, será a primeira mulher oficialmente contratada da Fox para a narração.

A primeira experiência dela nesse papel aconteceu em 2014, quando participou de um concurso da Rádio Globo para narrar um jogo do Mundial. Ela ganhou e comandou os microfones da rádio na partida entre Uruguai e Costa Rica. "Naquele jogo, foi só porrada. Eu ouvi muita coisa. Que mulher não tinha que estar ali narrando, tinha que estar na cozinha. Que futebol não combinava com mulher, enfim. Não teve um comentário positivo", contou ela às dibradoras, após participação no Seminário de Mulheres no Esporte, no Rio de Janeiro.

Já a experiência da Fox Sports foi bem diferente. Após três meses de preparação sob a tutela de Vanessa Riche, que coordenou o programa, ela fez sua estreia no jogo entre Brasil e Suíça e ouviu uma repercussão muito positiva. "Claro que sempre tem os comentários mandando a gente lavar louça, mas a gente recebeu muita mensagem legal, de elogio, de incentivo. Foi uma experiência muito incrível, e a gente aprendeu muito", disse.

As três narradoras do Fox Sports na Copa: Renata Silveira, Isabelly Morais e Manuela Avena (Foto: Fox/Divulgação)

Além de Renata, a Fox contou com mais duas narradoras durante a Copa. Agora, a emissora firmou contrato com ela, que estará comandando os microfones semanalmente, narrando partidas do Campeonato Argentino, Alemão e outros que são transmitidos no canal.

"Desde a Copa, a gente vinha com essa expectativa de ter continuidade depois né. A gente falava muito isso, as pessoas ligavam a TV já duvidando da gente. Acho que a gente provou pra muita gente que a gente é capaz, e provamos pra Fox também, porque agora eu estou contratada. Vai ser um longo aprendizado, de muitos erros e muitos acertos e de muito mais espaço para as mulheres", contou.

A história de Renata Silveira demorou muito para se cruzar com a da narração esportiva. Ela é formada em Educação Física, entrou no esporte pela dança e só mais velha foi fazer uma pós de Jornalismo Esportivo, enxergando ali uma nova paixão. A narração, porém, nunca foi uma pretensão para ela.

"A gente cresce sem ouvir nenhuma mulher narrando, então isso não é uma possibilidade para nós. A gente não tem referência. Eu nunca imaginei ser narradora de futebol, porque eu nunca vi uma mulher fazer isso. Acho que a gente tomando esses espaços, a gente faz com que mais mulheres se imaginem fazendo isso é se joguem nesse desafio", concluiu.

Com Renata Silveira na Fox Sports, já são três mulheres narrando em rede nacional. Luciana Mariano já ocupa esse espaço na ESPN e Elaine Trevisan tem narrado campeonatos de base na Rede Vida.

 

 

 

 

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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