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França mantém freguesia, vence Brasil e acaba com invencibilidade de Pia

Renata Mendonça

07/03/2020 18h52

Foto: AM2/CBF

A seleção brasileira feminina conheceu sua primeira derrota desde que a técnica Pia Sundhage assumiu o comando do time. No décimo jogo sob o comando da sueca, o Brasil enfrentou a França, não conseguiu fazer uma boa partida e perdeu por 1 a 0 para as donas da casa que, com esse resultado, garantiram o título do Torneio da França, a competição amistosa que está sendo realizada nessas duas datas Fifa.

O histórico contra as francesas não é dos melhores. A seleção brasileira feminina nunca conseguiu vencer a França – são dez confrontos no histórico, sendo cinco empates e quatro vitórias das adversárias. Desta vez, o gol da vitória da equipe francesa veio com Gauvin numa falha da goleira Bárbara – o cruzamento foi de Majri, a atacante apareceu para cabecear em cima da goleira, que não conseguiu segurar a bola.

 

Se o Brasil vinha de uma boa sequência, com nove jogos de invencibilidade (seis vitórias e três empates), a França também chegou com nove vitórias e uma derrota nos últimos 10 jogos. O confronto tinha tudo para ser equilibrado, mas a seleção não fez um bom jogo e não conseguiu ameaçar muito o gol adversário. As francesas, ao contrário, estavam inspiradas principalmente com Majri e Cascarino, que armavam as principais jogadas ofensivas.

Sem Marta e Debinha no primeiro tempo, numa opção de Pia por poupar as atletas que não estão jogando há bastante tempo, já que elas atuam na liga americana, que está em recesso desde novembro, o Brasil teve dificuldades para quebrar as linhas de marcação da França.

A treinadora fez mudanças no intervalo colocando as duas, mas não houve grande evolução na atuação da seleção no segundo tempo.

Agora, o Brasil enfrentará o Canadá na próxima terça-feira às 15h com transmissão da Globo para encerrar sua participação no Torneio da França. Por enquanto, a seleção tem um empate (contra a Holanda) e uma derrota contra as donas da casa.

Foto: AM2/CBF

O jogo

Assim como prometeu antes do torneio, Pia manteve sua ideia de realizar diversos testes nesse torneio, variando as escalações jogo a jogo. Desta vez, a treinadora começou com Barbara; Letícia Santos, Tayla, Daiane e Tamires; Formiga e Thais; Andressa Alves, Andressinha, Bia Zaneratto; Cristiane.

No início, a seleção começou com uma boa marcação na saída de bola francesa, conseguindo roubar as bolas na intermediária para lançar o contra-ataque. O problema foram os frequentes erros de passe e tomada de decisão. Com isso, as francesas começaram a encontrar seus espaços e chegar na área brasileira.

Aos seis minutos, Majri já apareceu livre na área pra finalizar. Aos 10, a mesma Majri ficou livre pra cabecear bem perto da trave após cruzamento de Cascarino. O Brasil teve dificuldades na saída de bola e, com a marcação forte da França no meio-campo, teve dificuldades para encaixar a transição para o ataque. A seleção conseguiu aparecer no ataque na bola parada, quando aos 17, Andressinha fez boa cobrança de falta na área, Tayla raspou na bola e a goleira conseguiu a defesa. Tamires também teve um bom momento quando acertou um chutaço de primeira que passou por cima do gol.

Cristiane não fez um bom primeiro tempo, ficando isolada no ataque esse colocando em posição de impedimento por duas vezes em lançamentos pra ela. A linha de três atrás da atacante, com Andressinha pelo meio, Andressa Alves pela direita e Bia Zaneratto pela esquerda, não estava conseguindo sair da marcação para se aproximar de Cris lá na frente.

 

Mesmo sem Henry no meio, a França teve bons lances no ataque principalmente com Cascarino acelerando pelo lado direito e buscando Gauvin, Majri e Le Sommer. Enquanto isso, o Brasil errava passes e não encaixava o seu jogo.

No segundo tempo, a seleção teve uma jogada em velocidade que Debinha apareceu cara a cara com a goleira, mas o impedimento foi marcado. Cristiane chegou a tentar um chute pelo lado direito e a bola forçou a goleira francesa a fazer boa defesa.

De todas as formas, a seleção de novo teve muitos problemas de criação ofensiva no meio-campo. O gol veio no início do segundo tempo, com cruzamento de Majri e cabeceio de Gauvin. As francesas quase ampliaram aos 12 minutos da etapa final com chute de fora da área de Majri que Bábara tirou e a bola ainda bateu na trave.

 

A França tinha liberdade para chegar pelos dois lados e, enquanto isso, o Brasil não conseguia encaixar a transição ofensiva, errando muitos passes e perdendo a bola no meio-campo.

Pia ainda colocou a atacante Duda, que teve um bom momento e protagonizou a melhor chance do Brasil no segundo tempo. Com as entradas de Aline Milene e Thaisa, houve também alterações no meio-campo, mas não resolveu o problema de criação da seleção.

No último minuto de jogo, Marta ainda cobrou uma falta, mas a bola foi no meio do gol e facilitou para a goleira francesa.

Além do jogo contra o Canadá, o Brasil já tem programados para abril dois amistosos, primeiro contra Costa Rica, depois contra os Estados Unidos. Ainda estão nos planos dois jogos contra o Japão antes dos Jogos Olímpicos.

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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