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Experiente e medalhista olímpica, Rosana é mais um reforço do Palmeiras

Roberta Nina

03/01/2020 15h30

Rosana atua como atleta de futebol há 21 anos (Foto: Bianca Prado Tibério)

Em 2018, após um ano especial no Santos Futebol Clube, onde foi uma das artilheiras da equipe campeã Paulista, Rosana anunciou sua despedida dos gramados. Seu objetivo era seguir trabalhando com o futebol, mas do lado de fora das quatro linhas.

A jogadora – que é especializada em Gestão Técnica do Futebol, com formação em treinamentos de base pela UEFA e as licenças B e A da CBF – até começou a trabalhar com gestão de atletas, mas retornou ao gramados no final de 2019 para defender a Ferroviária na Libertadores da América, disputada em Quito. 

"Vejo o futebol feminino em um momento muito bom, e com a demanda dos clubes recebi algumas propostas para voltar a jogar e, como fiz parte da construção da modalidade, porque não usufruir um pouco mais disso agora? Vi que tinha condições de jogar em um grande clube, estar em campo e poder ajudar", afirmou com exclusividade às dibradoras.

Demonstrando ainda muita técnica e liderança em campo, a atleta de 37 anos, vice-campeã do mundo e olímpica pela seleção brasileira, está de volta ao futebol. Durante todo o ano defenderá o Palmeiras, morará em Vinhedo junto com as jogadoras e comissão técnica e será a jogadora mais experiente da equipe alviverde.

"Todos os clubes por onde passei eu tive um certo papel de liderança, independente de ser capitã ou não. O fato de ter jogado em clubes mundialmente conhecidos agrega muita bagagem e experiência. Com certeza vou tentar ajudar o Palmeiras também nisso", afirmou a jogadora que já atuou pelos principais clubes do mundo como Sky Blue e North Carolina Courage (EUA), Santos, São Paulo, Corinthians, Internacional e São José (São Paulo), Lyon e PSG (França) e Avaldsnes IL (Noruega).

A equipe palmeirense conseguiu o acesso à Serie A-1 do Brasileirão e começou a se reforçar para esta temporada. Sob o comando do treinador Ricardo Belli – que substituiu Ana Lúcia Gonçalves no final do ano passado – o time já contratou a meio-campista Ary Borges e a atacante Ottilia, ambas ex-jogadoras do São Paulo Futebol Clube. Segundo apurou o blog, o Palmeiras também negocia a chegada de Angelina, volante de 19 anos que defendeu o Santos por três anos.

"O Palmeiras tem um projeto bem ambicioso e a decisão que tomei de acertar com o clube foi justamente por isso. Vejo que a modalidade dentro do clube está se desenvolvendo, fui visitar a estrutura e achei muito interessante, eles estão dando passos bem largos e tenho certeza que além da estrutura física, o time terá um ótimo plantel", afirmou a jogadora polivalente que, no time palmeirense, terá a função de jogar entre o meio-campo e o ataque.

O Palmeiras retornou com a modalidade  no clube no ano passado, após a exigência da Conmebol para que as equipes montassem elencos de futebol feminino. Caso não cumprissem a imposição da entidade, os times masculinos não disputariam as competições sul-americanas, como a Libertadores da América e o próprio Campeonato Sul-Americano.

Palmeiras campeão da Copa Paulista Feminina em 2019 (Foto: Divulgação)

O Palmeiras decidiu então alojar as jogadoras e comissão em Vinhedo, onde as atletas e os funcionários contam com estrutura de campo cedida pela Prefeitura da cidade, além de refeitório e apartamentos para o plantel feminino. O início do futebol feminino no clube não foi amplamente divulgado e muitos torcedores se queixavam da falta de atenção ao elenco e de informações sobre o time.

Na temporada de 2019, o clube alviverde foi semifinalista do Brasileiro Feminino A-2 e campeão da Copa Paulista.

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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