Topo

Dibradoras

Corinthians vence São Paulo na primeira partida da final Paulista

Roberta Nina

02/11/2019 15h03

Giovanna comemora gol marcado no Morumbi (Foto: Bruno Teixeira)

O Cícero Pompeu de Toledo foi palco – após quase 20 anos – do clássico São Paulo x Corinthians neste sábado (02). O Tricolor recebeu a equipe do Parque São Jorge para o primeiro jogo da decisão do Campeonato Paulista e acabou derrotado por 1×0 com gol de Giovanna Crivelari.

Diante de cerca de 8 mil pessoas, o jogo foi bem aberto, com o São Paulo partindo pra cima do rival e anulando a posse de bola da equipe de Arthur Elias que, com essa vitória, segue invicto (sem perder no tempo regulamentar) em 44 jogos.

Vestiário são-paulino para a Final Majestosa (Foto: São Paulo FC)

O São Paulo recebeu suas jogadoras pela primeira vez no estádio depois de 18 anos e o vestiário estava todo preparado com fotos das atletas relacionadas com mensagens de incentivo das ex-atletas do clube, Emily Lima e Juliana Cabral.

O jogo

Com o apoio da torcida, o Tricolor entrou em campo disposto a anular a posse de bola corinthiana e pressionar a equipe visitante do início ao fim. Deu certo, mas mesmo com boas chances criadas, o São Paulo não conseguiu reverter as oportunidades em gols.

Era com Valéria conduzindo a bola e com Cristiane pronta para receber na área que o São Paulo levou mais perigo ao gol de Tainá Borges. Sem Ary Borges, a  camisa 10 são-paulina, faltou no meio a jogadora que pudesse servir as atacantes com mais qualidade. 

Lucas Piccinato, treinador da equipe são-paulina, afirmou que a tática adotada pela equipe tricolor era a de "incomodar o Corinthians". "A ideia era atrapalhar aquilo que elas fazem de melhor, que é a  posse de bola. Se deixássemos elas jogar com conforto, não seria positivo pra gente. Tínhamos que tentar incomodar na saída de bola e acho que fomos bem efetivos com relação a isso e tiramos elas da zona de conforto. Faltou caprichar no último passe para que a gente tivesse saído com um placar melhor pra gente", declarou.

Com esse estilo de jogo do São Paulo, o Corinthians demonstrou certa dificuldade em articular suas jogadas. No início do primeiro tempo, a zaga alvinegra chegou a perder a tranquilidade e rifar a bola de qualquer maneira para conter os avanços do rival.

Mas não demorou muito tempo para que abrisse o placar no Morumbi. Aos 13 minutos iniciais da partida, Tamires mais uma vez apareceu com suas assistências geniais e lançou Giovanna, que dominou a bola e bateu pro gol na saída da goleira Carla. A camisa 19 do Corinthians – que também foi a responsável por abrir o placar para o Timão na final da Libertadores – já jogou pelo São Paulo em 2015 e foi vice-campeã paulista com o clube do Morumbi.

(Foto: Bruno Teixeira)

Com a vantagem no placar, o Corinthians conseguiu se acalmar e seguia tentando impor seu estilo de jogo, mas o São Paulo não deixou de ser agudo por nenhum instante. Mesmo assim, faltou capricho nas finalizações do São Paulo e o primeiro tempo acabou com a equipe da casa em desvantagem.

No segundo tempo, o Tricolor seguiu buscando o gol no início do jogo e em um dos lances, algumas jogadoras e a torcida presente cobrou muito um possível pênalti que não foi marcado em favor da equipe da casa.

Valeria avançou pela esquerda do campo, entrou na área e na tentativa de cruzamento, a lateral Tamires que estava na marcação acabou tocando com a mão na bola. O lance seguiu e a reclamação das jogadoras também.

Na etapa final, o Corinthians conseguiu avançar e atacar o São Paulo, criando oportunidades com Millene, Victoria e Cacau, mas a partida acabou com a vitória alvinegra pelo placar magro de 1×0.

"A gente poderia ter ampliado o placar. Saímos com chances mais claras, apesar do São Paulo ter tirado essa característica nossa no primeiro tempo e foi uma equipe competitiva o jogo inteiro. Elas nos deram muito trabalho, mas com relação às chances claras, acho que criamos mais, saindo na cara do gol com a Cacau, a Vic. Elogiei nosso espírito vencedor e a mentalidade da equipe, mas resolvido não está. Isso eu já sabia antes, durante o jogo e agora também", afirmou o treinador Arthur Elias.

Gabi Zanotti, camisa 10 do Corinthians afirmou que a equipe tem uma pequena vantagem, mas que o jogo não está definido. "A gente sabia que era importante (vencer). Estávamos no clima de Libertadores e agora estamos retomando o foco pra final do Paulista, se adaptando ao clima já que estávamos jogando a 10º, à noite, na altitude. Temos consciência que hoje foi uma performance abaixo do que vínhamos apresentando e agora é colocar os pés no chão e trabalhar essas duas semanas para buscar o título."

(Foto: Bruno Teixeira)

Giovanna, a autora do gol, valorizou a iniciativa dos clubes em realizar as partidas finais dentro de seus estádios oficiais. "Maravilhoso, melhor impossível. Os clubes tem que fazer isso muito mais vezes. O Corinthians pediu muito para que a gente jogasse na Arena e vamos decidir em casa. Foi um sonho jogar também no Morumbi e principalmente fazer o gol."

O jogo final do Campeonato Paulista vai acontecer em Itaquera, na Arena do Corinthians, no dia 16 de novembro, às 11h da manhã (com transmissão da TV Cultura, Rede Vida e SporTV, além das plataformas Mycujoo e FPF TV)

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

Dibradoras