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Fortaleza retoma futebol feminino e investe nas mulheres de olho no rival

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16/08/2019 11h37

Foto: Leonardo Moreira/Fortaleza EC

*Por Jessyka Freitas, de Fortaleza (CE), especial para dibradoras

Após a conquista do Campeonato Brasileiro da Série B, da Copa do Nordeste e Campeonato Cearense com Rogério Ceni no comando, o Fortaleza Esporte Clube voltou à elite do futebol brasileiro com grandes expectativas.

Com esse sucesso vieram as obrigações, e uma delas foi a de ter um time de futebol feminino. Com exigência lançada pela a CBF no começo do ano, todos os times da elite do futebol brasileiro precisaram se enquadrar e obter uma equipe da modalidade. No Fortaleza, agora haverá duas categorias femininas no clube, a adulta e a Sub-20,conforme manda a regra. As meninas estão se preparando há alguns meses para o Campeonato Cearense, inicialmente.

Engana-se quem pensa que essas são as pioneiras em estrear o nome da instituição na categoria. Há dez anos, a agremiação possuiu um time feminino que conquistou o título estadual, em 2010. Do atual elenco, a atacante Elizete, de 41 anos, é a única remanescente daquele time campeão.

Ela participará do campeonato e, além de ser uma atleta muito experiente, vai trazer o equilíbrio para as mais novas, agregando valores importantes para a nova equipe. A qualidade técnica da jogadora é muito alta e é um ganho que o Fortaleza tem em trazer uma atleta como ela, que veste a camisa do clube, que vibra, se entrega e treina sempre muito focada.

Com o crescimento do futebol como um todo, a instituição busca se adaptar a todo esse novo momento. A estrutura que estão oferecendo para as meninas é dentro do que o clube faz para o futebol como um todo, com treinos durante a semana, fisioterapia, médico, assistente social, nutricionista, psicóloga e uma comissão técnica com larga experiência e que já trabalhou com futebol feminino.

Foto: Leonardo Moreira/Fortaleza EC

O técnico, Fuscão Freitas, era o comandante da equipe do Fortaleza que foi campeã cearense em 2010 e comandará a equipe agora. Além disso, estão trazendo jogadoras para mesclar com outras atletas experientes para que possam fazer uma boa campanha. A opção do clube foi montar um time próprio. Aconteceram alguns contatos de parceria, mas o Fortaleza preferiu começar um projeto do zero, porque a ideia é dar continuidade a longo prazo.

A curto prazo, um dos objetivos é colocar o Leão em todas as competições, criar calendários junto com a federação para que o projeto não seja algo apenas momentâneo, por conta de uma exigência da CBF, mas que seja mais uma modalidade forte de um clube como o Fortaleza que é centenário, tem uma torcida enorme e que merece ter um equipe feminina muito competitiva.

"Estamos buscando patrocínio para o futebol feminino, fechando ainda para esse ano, para que dê um reforço financeiro para fazer esse projeto crescer. Mas, independente de fechar ou não, ele foi absorvido pelo Fortaleza e será bancado pelo departamento de futebol. O futebol feminino hoje é uma realidade, é importante que possamos, a cada ano, fazer um futebol mais forte e que possamos disputar todas as competições que estiverem à disposição", disse o Diretor de Base do Fortaleza Esporte Clube, Roberto Moreira.

O Tricolor de Aço quer fortalecer ainda mais a instituição como um todo e para isso precisar de um futebol feminino forte. No estado, atualmente, o seu maior rival, o Ceará, é a grande força da modalidade. O Vovô é o campeão cearense e quase subiu para a Série A1 neste ano – foi eliminado nas quartas-de-final pelo finalista, Cruzeiro -, mas o Leão quer fazer frente logo ao rival no retorno, e as meninas terão todo suporte possível para isso.

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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