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Marta e mais 9: quem são e onde jogam as melhores do mundo

Roberta Nina

31/07/2018 06h44

Foto: AFP

*Por Roberta Nina e Renata Mendonça

Na última semana, a Fifa anunciou a lista as 10 jogadoras indicadas ao prêmio de melhor do mundo em 2018. Marta, pela 14ª vez apareceu na lista, ao lado de algumas veteranas, e outras novidades.

Listamos aqui quem é e onde joga cada uma delas já nos preparativos para o anúncio no dia 24 de setembro, quando a craque brasileira pode chegar ao "hexa" na conquista da premiação. Mas a concorrência até lá não será fácil, como aponta o jornalista e responsável pelo site Planeta Futebol Feminino, Rafael Alves.

Ele votaria na dinamarquesa Pernille Harder, defendendo que ela já poderia, inclusive, ter levado esse prêmio no ano passado, mas que é ainda mais merecedora por essa última temporada.

"Esse ano a Harder foi muito decisiva para o Wolfsburg, inclusive na Champions League. E foi assim também com a seleção dinamarquesa. Mesmo que a equipe ainda não tenha assegurado a vaga para a Copa, ela foi importante para a seleção", pontuou.

"Meu voto seria nela, mas entenderia perfeitamente se Hegerberg, Bronze ou Marozsan levassem o prêmio. Mas meu voto seria na Harder", concluiu.

Para votar na melhor jogadora, clique aqui.

Conheça as indicadas:

Lucy Bronze

Tem 26 anos e atua como zagueira no clube que defende – o Lyon – e na seleção inglesa.
Bronze é um belo exemplo que representa muito bem o crescimento da Inglaterra no futebol feminino. A jogadora passou por todos os níveis da base (juvenil até o adulto), começando sua carreira no sub-12 do Sunderland.

Sua ascensão foi muito rápida: em 2010 foi para o Everton, em 2012 chegou ao Liverpool, de 2014 a 2017 defendeu o Manchester City e atualmente joga pelo Lyon.

Bronze já conquistou a FA WSL três vezes (duas com o Liverpool e uma com o Manchester), uma Copa da Inglaterra e uma Copa da Liga Inglesa.

Na seleção, começou em 2008 na sub-17 até chegar ao time profissional,onde disputou duas Eurocopas (2013 e 2017) e uma Copa do Mundo, onde a Inglaterra conquistou a terceira colocação em 2015.

Sua indicação ao prêmio deve-se à sua ótima temporada no clube francês onde conquistou o título da Champions League, batendo o Wolfsburg na final.

Pernille Harder

Muito rápida, ágil, dibradora e goleadora, assim é Harder, a dinamarquesa de apenas 25 anos que defende o Wolfsburg. Na Alemanha, conquistou a Bundesliga e foi finalista da última edição da Champions League Feminina.

Pela seleção da Dinamarca, a camisa 10 ficou perto de conquistar o título da Eurocopa em 2017, mas viu a chance passar com a derrota por 4×2 para a Holanda.

 

Ada Hegerberg

A atacante norueguesa de 23 anos atua no Lyon e é tricampeã da Champions League.

Tão jovem, ela já é considerada um fenômeno da posição e acumula 250 gols na carreira. Foi artilheira da competição europeia nas duas últimas temporadas – nesta última, tornou-se a maior goleadora da história do torneio, com 15 gols marcados em 9 jogos. Em 2017, a BBC a escolheu como melhor jogadora de futebol e ela também foi recebeu o mesmo prêmio da Uefa.

Ada Hegerberg defende a seleção norueguesa principal desde 2011 e também atuou nas categorias de base da equipe. Participou também do último Mundial disputado no Canadá em 2015.

Amandine Henry

A volante francesa, aos 28 anos, tem mais experiência que as demais indicadas. Está de volta ao Lyon – clube que defendeu entre 2007 e 2016, e coleciona breves passagens por grandes clubes, como Portland Thorns e PSG.

Em 2017, foi campeã da NWSL pelo Thorns e, neste ano, foi campeã da Champions League com o Lyon. Meio-campista forte, Henry é líder no setor, seja marcando ou criando chances para as atacantes.

Joga pela seleção francesa desde 2004, onde atuou no sub-17, sub-19 e sub-20. Sua estreia na equipe profissional foi em 2009. No Mundial de 2015, no Canadá, foi eleita como a segunda melhor jogadora da competição.

Sam Kerr

Uma australiana na lista para comprovar a evolução recente do país no futebol feminino! Kerr é uma atacante nata, goleadora de 24 anos que joga no Sky Blue FC e já recebeu diversos prêmios em seu país. Ela é, inclusive, a maior artilheira da história da NWSL, a liga norte-americana de futebol, com 43 gols marcados desde 2013.

A australiana começou tardiamente no futebol e passou a jogar bola somente com 12 anos de idade. Depois de um ano, já se viu apaixonada pelo esporte e logo passou a frequentar as seleções de base de seu país. Em 2017, ela se destacou no Torneio das Nações, disputado nos Estados Unidos, que terminou com a Austrália campeã – a atacante anotou um hat trick contra o Japão e também marcou contra o Brasil na goleada por 6 a 1. A comemoração é sua marca registrada: um mortal para trás.

Saki Kumagai

Fato raro nas listas da Fifa, Saki Kumagai é uma zagueira que se destaca tanto a ponto de ser lembrada nas indicações para melhores do mundo – um posto que, em geral, fica sempre entre as atacantes. A japonesa já foi decisiva para sua seleção na conquista do Mundial em 2011, quando converteu o último pênalti que garantiu a vitória sobre os Estados Unidos na final e o troféu.

Essa não foi a única vez que ela fez isso, inclusive. Em 2016, na decisão da Champions League pelo Lyon, Kumagai também bateu o pênalti que deu o título europeu para sua equipe – foi o primeiro dos três que ela conquistaria junto ao time francês, clube que a zagueira japonesa defende desde 2013.

Aos 27 anos, ela já coleciona títulos tanto com a seleção japonesa, quanto com o Lyon: campeã mundial em 2011, prata olímpica em 2012, tricampeã europeia com o clube e pentacampeã francesa.

Dzsenifer Marozsan

Esta mulher é um fenômeno. Digna de camisa 10, craque nata, a meia alemã é quem dita o ritmo do jogo. Habilidosa que só ela, a jogadora foi definida pela americana Alex Morgan como "o motor" da equipe do Lyon em 2017.

Marozsan liderou a seleção alemã para o ouro olímpico na Olimpíada do Rio de Janeiro. Ela é tão fora da curva que se tornou a atleta mais jovem a disputar a Bundesliga, a primeira divisão do futebol alemão, ao estrear no campeonato com apenas 14 anos e 7 meses de idade.

Tem três Champions League no currículo (uma pelo Frankfurt e duas pelo Lyon, seu clube atual). Além disso, foi campeã mundial sub-17 e sub-20 e depois campeã olímpica com a seleção alemã.

Marta

A maior de todos os tempos nasceu na pequena Dois Riachos (AL), que não tem muito mais de 11 mil habitantes. Corajosa como ninguém, entrou num ônibus para viajar por dias até o Rio de Janeiro com a esperança de que conseguiria um teste no Vasco. Ali, Helena Pacheco, a técnica que a descobriu, percebeu na hora: "Quando aquela garota tímida começou a tocar na bola, ela começou a crescer. Ficou ambientada com o espaço e batia na bola maravilhosamente. Driblava como ninguém", disse a treinadora.

Marta ficou no Vasco por dois anos até o clube fechar as portas para o futebol feminino. Depois disso, ela teve uma passagem curta em Minas Gerais antes de chegar à seleção brasileira e ser notada pelos suecos. Foi na Suécia, inclusive, que ela desencantou mostrando todo seu talento. Em 2003, aos 17 anos, já era indicada pela primeira vez ao prêmio de melhor do mundo. Aos 20, conquistou o troféu pela primeira vez. Hoje coleciona cinco desses e 14 indicações.

Maior artilheira da história da seleção brasileira entre homens e mulheres, ela chega aos 31 anos com mais de 100 gols na carreira vestindo a camisa amarela – Pelé tem 95. Conquistou o vice-campeonato mundial em 2007 e a prata olímpica em 2004 e 2008. Já foi campeã da Champions League, da Libertadores, e hoje joga no Orlando Pride, dos Estados Unidos.

Megan Rapinoe

Uma grande conhecida dos fãs de futebol feminino do Brasil, porque já foi nossa algoz muitas vezes. A meio-campista é uma das mais inteligentes da posição e é precisa na hora dos passes cirúrgicos deixando as atacantes na cara do gol.

Não à toa, Rapinoe levou os Estados Unidos à conquista da Copa do Mundo de 2015, do ouro olímpico em 2012, e esteve também no vice-campeonato mundial em 2011.

Mas sua contribuição vai além do campo. Ela é uma das maiores ativistas LGBT do esporte e também travou uma luta árdua nos Estados Unidos pelos pagamentos igualitários à seleção feminina, que mesmo tendo muito mais conquistas que a masculina, ainda recebia valores bem abaixo deles por diárias e premiações. Sua representatividade e importância, portanto, vai muito além das quatro linhas e é essencial para o futebol feminino.

Wendie Renard

Esta é mais uma defensora que a Fifa incluiu na lista com merecimento. A jogadora francesa é um dos pilares do time do Lyon. Ela esteve em todos os quatro títulos da Champions League da história do clube e é considerada essencial para o equilíbrio de um time que se apoia tanto em seu ataque – mas não sem ter uma defesa muito bem postada para garantir a segurança lá atrás.

Uma jogadora que também sabe muito bem sair com a bola e tem sido crucial tanto para a seleção francesa, quanto para o Lyon. A indicação ao prêmio da Fifa é um justo reconhecimento a uma jogadora que se mostra tão importante dentro de campo. Na seleção francesa, ela é capitã desde 2013 e deverá estar no Mundial do ano que vem jogando em casa, com a chance de levar a França mais longe e coroar o trabalho que tem sido feito no futebol feminino do país nos últimos anos.

 

Sobre as autoras

Angélica Souza é publicitária, de bem com a vida e tem um senso de humor que, na maioria das vezes, faz as pessoas rirem. Alucinada por futebol - daquelas que não pode ver uma bola que já sai chutando - sabe da importância e responsabilidade de ser uma mulher com essa paixão. Nas costas, gosta da 10, e no peito, o coração é verde e branco e bate lá na Turiassú. Renata Mendonça é apaixonada por esporte desde que se conhece por gente. Foi em um ~dibre desses da vida que conseguiu unir trabalho e paixão sendo jornalista esportiva. Hoje, sua luta é para que mais mulheres consigam ocupar esse espaço. Roberta Nina é aquariana por essência, são-paulina por escolha e jornalista de formação. Tem por vocação dar voz às mulheres no esporte.

Sobre o blog

Futebol não é coisa de mulher. Rugby? Vocês não têm força para jogar... Lugar de mulher é na cozinha, não no campo, na quadra, na arquibancada. Já ouviu isso muitas vezes, né?! Mas o ~dibradoras surgiu para provar justamente o contrário. Mulher pode gostar, entender e praticar o esporte que quiser. E quem achar que não, a gente ~dibra ;)

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